Metade dos bancos acredita que a taxa Selic deve chegar ao fim de 2024 acima de 9% ao ano, segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A mediana das projeções das instituições aponta para cortes de 0,50 ponto porcentual a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central até julho, levando a taxa a 9,25% ao ano, e estabilidade a partir de então.

A Febraban ouviu 18 bancos entre os dias 6 e 9 de fevereiro. Metade deles, espera que a Selic feche o ano acima de 9%; outros 38,9% projetam o juro exatamente em 9% ao ano, enquanto uma fatia minoritária, de 11,1%, espera que a taxa caia abaixo de 9%.

Segundo a entidade, a dinâmica do mercado de trabalho, que tem se mostrado resiliente, a pressão sobre a inflação de serviços e a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve levar mais tempo para cortar os juros nos Estados Unidos levaram a um viés mais conservador para a Selic.

Os bancos esperam ainda que, até o fim do terceiro trimestre deste ano, a cotação do dólar fique estável abaixo dos R$ 5,00. Para a atividade econômica, as perspectivas melhoraram: 50% dos bancos esperam que o crescimento surpreenda este ano, contra 33,3% da pesquisa anterior, de dezembro. Outros 44,4% esperam que o PIB venha em linha com o consenso de mercado, de 1,6%. Em dezembro, eram 61,1%.

Cerca de 61% dos bancos esperam que a inflação medida pelo IPCA feche 2024 em 3,8% ou menos, sendo que 44,4% esperam que fique abaixo, e 16,7%, em torno de 3,8%. Os outros 38,9% acreditam que a inflação ficará acima de 3,8%, diante da alta dos preços dos alimentos causada pelo El Niño e pela dinâmica do mercado de trabalho.

Os bancos também foram consultados sobre o que esperam para as contas públicas neste ano. Para 55,6%, o déficit primário do País deve ficar em linha com a mediana das projeções do mercado, de 0,8% do PIB. Outros 38,9% esperam um déficit menor que 0,8%.

Na frente internacional, 50% dos bancos acreditam que o Fed deve fazer o primeiro corte de juros na reunião de junho, e outros 44,4% esperam que aconteça em maio. Uma parcela minoritária, de 5,6%, afirma que o primeiro corte deve acontecer na reunião de março.