O Inter Miami, novo time de Lionel Messi, vai oferecer ao astro argentino uma estrutura modesta perto do que ele esteve acostumado na Europa, onde morou por duas décadas. O time da Flórida é mais conhecido pelos fãs de futebol por ter o ex-jogador David Beckham como proprietário do que por sua tradição.

O clube americano é jovem. Foi fundado em 2018 e ainda não tem títulos. A posição na tabela de classificação da Major League Soccer, a liga de futebol dos Estados Unidos, não empolga. O time é o lanterna, com 15 pontos ganhos em 16 jogos. São cinco vitórias, nenhum empate e 11 derrotas. A MLS conta com 15 equipes e a temporada regular se encerra em outubro. O futebol nos Estados Unidos, cabe lembrar, não é popular.

Habituado a jogar para mais de 80 mil pessoas no Camp Nou em sua época de glória vestindo a camisa do Barcelona, Messi vai se apresentar em um estádio acanhado e improvisado. O Inter Miami manda suas partidas no Lockhart Stadium, em Fort Lauderdale, que abriga, no máximo, 18 mil torcedores.

“Bom, acho que o clube não está pronto para a chegada de Messi”, reconheceu o sincero goleiro holandês, Nick Marsman, um dos estrangeiros do elenco. Os brasileiros do plantel são os meio-campistas Jean Mota, ex-Santos, e Gregore, ex-Bahia.

“Temos um estádio temporário, os torcedores podem andar no gramado e não há barreiras. Caminhamos do centro de treinamento para o estádio sem segurança antes de uma partida. Acho que o clube não está preparado”, reforçou Marsman em entrevista à ESPN americana.

O Inter Miami tem o plano de construir seu próprio estádio, o Freedom Park, que terá capacidade para 25 mil espectadores e estará perto do Aeroporto Internacional de Miami.

A franquia é comandada pelo empresário americano de origem cubana Jorge Más. Seu irmão José Mas é outro dos proprietários, e Beckham é, além de proprietário, presidente de operações de futebol. O inglês foi um dos primeiros jogadores a desbravarem a liga americana de futebol, quando se transferiu para o Los Angeles Galaxy, em 2007, antes de retornar à Europa para encerrar a carreira no PSG. Recentemente, o clube foi escolhido pelo argentino Gonzalo Higuaín, ex-companheiro de Messi na seleção argentina, para se despedir dos gramados.

VIDA TRANQUILA

Quando confirmou seu acerto com o Inter Miami, Messi avisou que queria “sair dos holofotes”, “pensar mais na família” e “aproveitar o futebol de uma maneira diferente”. Três anos antes, ele já havia dito que tinha o desejo de morar com os filhos e a mulher, Antonella Roccuzzo, em Miami, num ambiente de praia, sol e sob quase nenhuma pressão, algo inédito em sua carreira.

Na Flórida, o astro argentino de fato vai encontrar sossego e uma rotina leve de treinos e jogos em comparação com a qual enfrentou pelo Barcelona e PSG nos últimos 18 anos. A temporada da MLS dura apenas oito meses e o Inter Miami não deve disputar mais que 40 partidas oficiais no ano, número drasticamente menor que as 60 partidas que Messi disputou em 2011/2012 pelo Barcelona.

Messi gosta tanto de Miami que, segundo o jornal La Nación, comprou uma imóvel de luxo em 2012 depois de passar férias lá. O duplex é avaliado em US$ 5 milhões – R$ 20 milhões – e fica na Porsche Design Tower, um edifício de 57 andares à beira-mar. Todas as unidades do prédio têm cozinhas de verão, lareira e elevador para transportar os carros de luxo à garagem da residência de cada um dos proprietário.

O apartamento de que Messi é dono em Miami tem mais de 500 metros quadrados dispõe de piscina coberta e vista para o mar. O condomínio está situado na famosa Collins Avenue e conta com restaurante privado, lounge ao ar livre, cinema e um simulador de corridas.

É possível que Messi escolha outro lugar para morar com a família. De acordo com o diário argentino, Key Biscayne e Weston são as regiões preferidas do jogador na Flórida.