Sob o atento olhar de Diego Maradona, presente no estádio do Spartak, em Moscou, a Argentina teve que se contentar com um empate em 1 a 1 com a valente Islândia, neste sábado pelo Grupo D da Copa do Mundo da Rússia, em partida em que Lionel Messi perdeu um pênalti.

Os argentinos pareciam encaminhar uma vitória tranquila sobre o modesto adversário ao abrir o placar logo aos 19 minutos de jogo com Sergio Aguero. Mas, aos 23, os nórdicos foram buscar o empate com Alfred Finnbogasson, um resultado que conseguiram segurar com unhas e dentes até o apito final.

No dia seguinte à atuação de gala de Cristiano Ronaldo, seu eterno rival e autor de três gols no épico duelo entre Portugal e Espanha (3-3), o mundo queria saber se Messi responderia à altura para guiar a Argentina à vitória sobre a Islândia. Mas o resultado foi o oposto.

Além de sumido em campo, muito bem marcado pela forte defesa nórdica, o craque do Barcelona ainda perdeu um pênalti aos 19 minutos do segundo tempo que teria recolocado a Argentina em vantagem no placar.

Do outro lado do campo, a Islândia, xodó da Eurocopa-2016, quando surpreendeu o mundo do futebol ao alcançar às quartas de final, mostrou novamente não ter medo de bicho-papão e conseguiu um valioso empate contra uma das seleções apontadas como favoritas ao título na Rússia.

– Vikings não se entregam –

Contra Messi, Di Maria e Aguero, os islandeses entraram em campo decididos a provar que não estão dispostos a passar pela Copa do Mundo da Rússia como figurantes.

Bem postados defensivamente, mas com a coragem de atacar, a primeira chance clara de gol foi dos islandeses.

Aos 10 minutos, Rojo errou na saída de bola, pressionando pela marcação alta dos nórdicos, e a bola sobrou para Bjarnason, que chuta errado, perdendo grande chance de dentro da área argentina.

Acordada pelo susto inicial, a Argentina resolveu acalmar o jogo e fez valer sua imensa superioridade técnica, assumindo total controle da posse de bola.

A nova postura não demorou para dar resultado e, na primeira trama bem armada pelos homens de frente, Aguero apareceu livre dentro da área, tirou da marcação e mandou a bomba de canhota, sem chances para o goleiro Halldorsson.

Mas, quem achava que a Islândia sentiria o golpe e se encolheria se enganou.

Valente, o time de Heimir Hallgrimsson, que além de técnico ainda trabalha como dentista na Islândia, foi buscar o empate. E o encontrou.

Aos 23, após uma pressão nórdica sobre a zaga argentina, Sigurdsson chutou cruzado, Caballero deu rebote e Finnbogason mandou para o fundo das redes, entrando para a história como autor do primeiro gol da Islândia em Copas do Mundo.

Após o emocionante início de jogo, a partida deu uma desacelerada até o intervalo.

– Messi sumido –

Na volta do intervalo, o técnico Jorge Sampaoli resolveu mudar o time, tirando Biglia e colocando Banega para fortalecer a criação no meio de campo, na tentativa de liberar Messi da forte marcação islandesa.

Não deu muito certo. A cada vez que o craque do Barcelona encostava na bola, dois gigantes nórdicos fungavam em seu cangote. Muito marcado, Messi se viu obrigado a soltar a bola rapidamente ou tentar driblar uma muralha de adversários. As duas opções não davam resultados.

O pequeno gênio, porém, teve a chance de deixar sua marca na partida em pênalti sofrido por Meza, aos 17 minutos do segundo tempo.

Messi foi para a cobrança e escolheu o canto. O problema é que Halldorsson foi para o mesmo lado e fez a defesa.

No restante da partida, a Argentina pressionou como pôde, mas encontrou imensa dificuldade para furar o bloqueio islandês.

Como última cartada, Sampaoli promoveu a entrada de Higuaín no lugar de Meza, na esperança de que o oportunista centroavante pudesse encontrar o caminho do gol. Mas nada aconteceu.

Na última chance da partida, perto do apito final, Messi tentou a sorte pela última vez.

O craque recebeu na entrada da área e arriscou seu característico corte para a esquerda somado a chute colocado de canhota. A bola, porém, raspou a trave de Halldorsson e saiu, acabando com um tarde para esquecer dos milhares torcedores argentinos que fizeram barulhenta festa no estádio do Spartak, inclusive de Maradona, que assistiu ao jogo de camarote.

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