O Messi do Barcelona é um acostumado a quebrar recordes e alcançar o inimaginável, escrevendo seu nome na história do futebol entre os melhores jogadores de todos os tempos. Já o Messi da seleção argentina é um homem triste.

Esse jogador dos 603 gols vestido com a camisa azul e grená, ovacionado por técnicos e jogadores nesta temporada, pertence ao Barcelona. Na seleção, Messi é um homem que caminho cabisbaixo e soma frustrações.

O jogador que o técnico do Barça, Ernesto Valverde, agradeceu por “sempre nos livrar de muitos problemas” e que marcou gols impossíveis que o colocam como favorito à Bola de Ouro é o Messi do Barcelona. O Messi da Argentina está mais associado à derrota.

“Quero terminar minha carreira ganhando algo pela seleção ou tentar fazer de tudo para isso”, declarou o astro nesta semana em declarações à emissora Fox Sports.

– Obama palpita –

Resta saber os motivos de Messi brilhar efusivamente e erguer troféu atrás de troféu com o Barcelona, enquanto sofre para comandar uma talentosa seleção argentina, da qual chegou a anunciar a aposentadoria após o fracasso na final da Copa América Centenário-2016, antes de voltar atrás na decisão.

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, em palestra recente sobre liderança em Bogotá, talvez tenha dado uma das explicações mais sensatas para resolver esse mistério.

“As pessoas que acreditamos serem gênios trabalham com outras pessoas para desenvolver seu próprio estilo. Na Argentina, apesar de Messi ser maravilhoso, ele tem problemas para ganhar a Copa do Mundo porque não se ganha nada sozinho”, analisou o ex-mandatário americano.

De fato, no Barcelona, seu jogo se fortalece e flui pela qualidade individual de cada jogador e pelo que produzem como equipe. Já na seleção não parece haver entendimento coletivo, com todos esperando que Messi resolva.

A Copa América no Brasil aparece como essa chance de Messi conquistar um primeiro título pela Argentina. Mas será que o técnico Lionel Scaloni e os veteranos Di Maria e Agüero, além dos emergentes Paulo Dybala, Giovani Lo Celso e Lautaro Martínez estarão à altura do melhor jogador do planeta?

– Derrotado –

A Argentina não vence desde a Copa América do Equador-1993, quando Gabriel Batista era a estrela do time.

Desde então, com Messi como pilar do time, foram três derrotas em finais continentais (Venezuela-2007, Chile-2015, Centenário-2016) e, a mais dolorosa, na decisão da Copa do Mundo do Brasil-2014.

Mas a lembrança deixada pela seleção argentina na Copa do Mundo da Rússia-2018, onde foi eliminada pela França nas oitavas de final, com um vestiário dividido e envolvida em diversas polêmicas com o ex-técnico Jorge Sampaoli, ainda machuca os corações dos torcedores.

Muito até chegaram a acreditar que o duelo contra os franceses seria o último de Messi pela seleção, desistindo do sonho de um dia ver o craque apresentar o mesmo nível de futebol que costuma jogar no Barcelona.

Messi fará 32 anos em 24 de junho, um dia depois da partida da Argentina contra o Catar, campeã asiática e anfitriã da Copa do Mundo de 2022, em Porto Alegre, pela terceira e última rodada do Grupo B da Copa América, que também conta com Colômbia e Paraguai.

A torcida na Argentina é que os companheiros de Messi escutem as sábias palavras de Obama e ajudem o craque a brilhar como nunca.

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