O número 10 virou sinônimo de qualidade técnica, liderança e história no mundo do futebol por causa de Pelé. Quem veste a camisa com essa numeração às costas comumente é a grande referência do time. Craques mundo afora passaram a usá-la e dois nomes emblemáticos, Lionel Messi e Zinédine Zidane, falaram sobre a mística por trás desse símbolo universal.

Em uma conversa promovida pela fornecedora de material esportivo Adidas, Messi e Zidane começam falando sobre Diego Armando Maradona. O argentino explica como o ídolo foi uma inspiração para ele e continua influenciando gerações que não tiveram a oportunidade de vê-lo em campo.

“Para os argentinos, o número 10 é especial. Quando se fala de 10 vem o Maradona automaticamente na cabeça. Todos queríamos ser como ele. Eu vi pouco o Diego jogar. Quando ele foi ao Newell’s, eu tinha só seis ou sete anos. Diego é um símbolo muito forte. Meus filhos sabem do Diego sem mesmo tê-lo visto jogar”, afirmou Messi.

Zidane reflexionou sobre o desaparecimento das características de um “camisa 10” tradicional no futebol atual. Para o francês, campeão mundial em 1998, essa posição perdeu importância e hoje a modalidade adaptou outras características que não estão de acordo com o que existia antigamente. “O camisa 10 é o líder do time e todos queriam ser o 10. Hoje em dia não sei se acontece o mesmo com as crianças. Não é tão importante como antes. O próprio modelo de jogo, com 4-3-3, 4-4-2, mudou”, disse Zidane.

“A posição que exercia o 10 antes, como meia ou ‘enganche’ como chamávamos, se perdeu muito”, respondeu Messi. “Agora esses jogadores são mais interiores ou falsos-pontas do que camisas 10. Quem caracterizava essa posição na Argentina, Riquelme e Aimar, não existe mais.”

Messi ainda falou sobre a paixão dos filhos pelo futebol. Como são jovens, ainda não definiram qual posição querem jogar, mas têm dentro de casa um bom exemplo a seguir. “Os três estão jogando futebol o dia inteiro”.

Zidane disse que o grande camisa 10 que o inspirou foi o uruguaio Enzo Francescoli, que jogava no Olympique de Marselha, time ao qual o francês é muito ligado. A admiração foi tanta que um dos filhos do técnico se chama Enzo. “Queria ser como ele. Ele jogava de forma muito elegante.”

DESPEDIDA

Messi fez nesta sexta-feira seu último jogo em 2023 pelo Inter Miami. O clube americano homenageou o craque argentino por ter ganhado o prêmio de melhor jogador do mundo pela oitava vez. A festa, chamada de “Noite de Ouro”, precedeu o começo do amistoso contra o New York City FC, no estádio DNV PNK.

Messi subiu ao gramado com a sua oitava Bola de Ouro em seu colo. Depois, fez um breve discurso. “Obrigado por essa linda homenagem. É maravilhoso poder compartilhar isso com vocês. Estou há pouco tempo aqui, mas parece que faz muito. Agradeço a todas as pessoas de Miami pelo que recebi desde que cheguei, me fizeram me sentir em casa.”

Com a partida de hoje, Messi disputou 15 jogos pelo time americano. Contratado em julho, ele mudou substancialmente o patamar da equipe. Foram 11 gols, cinco assistências e o título da Leagues Cup.