Merz desafia UE sobre proibição de veículos a combustão até 2035

O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou nesta quinta-feira (9) que fará “todo” o possível para que a União Europeia retire a proibição de vender veículos novos com motores a combustão até 2035, para apoiar a indústria automobilística.

“Não deve haver um corte brutal em 2035”, acrescentou o dirigente conservador depois de se reunir em Berlim com industriais e sindicatos do setor, além de autoridades políticas e governamentais.

No entanto, insistiu que a mobilidade elétrica segue sendo “a principal via” a ser seguida.

A associação europeia do setor, a ACEA, já havia pedido no dia anterior que a UE flexibilizasse essa proibição, solicitando uma exceção para combustíveis alternativos como os agrocombustíveis e os combustíveis sintéticos.

O chanceler defende um “avanço tecnológico sustentável para a neutralidade climática, mas sem fixar uma data limite que não possamos respeitar”.

Esses temas serão abordados no Conselho Europeu em duas semanas.

Na oposição, os Verdes alemães destacaram diversas vezes que a mobilidade elétrica é a tecnologia do futuro e que prolongar os motores térmicos apenas acentuará o atraso da Alemanha em relação à China quanto ao desenvolvimento de carros elétricos.

Se a Alemanha der um passo atrás, isso seria “fatal” e “prejudicaria o clima, a indústria e o emprego”, declarou nesta quinta Christoph Bautz, diretor-geral da ONG Campact, que instou o Partido Social-Democrata (SPD) a “não ceder”.

O debate chega em um contexto de crise profunda no setor automobilístico alemão, com os lucros em queda livre, supressões de postos de trabalho e fechamentos de plantas de produção.

As exportações alemãs voltaram a cair em agosto, segundo disse nesta quinta-feira o escritório de estatísticas Destatis. Um retrocesso provocado sobretudo por uma queda das vendas para os EUA, principal parceiro mundial do país.

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