BERLIM, 24 MAR (ANSA) – A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, voltou atrás na decisão de impor um lockdown reforçado no feriado de Páscoa e pediu desculpas aos cidadãos por ter criado “insegurança”.   

“É um erro que precisa ser chamado como tal e ser corrigido a tempo”, disse a chefe de governo em uma declaração à imprensa nesta quarta-feira (24), após se reunir com representantes dos estados alemães.   

“Todo o processo causou mais incertezas, e peço que os cidadãos me desculpem”, acrescentou Merkel. O lockdown reforçado previa a proibição de celebrações religiosas e o fechamento do comércio, incluindo supermercados, entre os dias 1º e 5 de abril.   

Segundo a chanceler, essas medidas “não eram realizáveis em pouco tempo”. “Mas era por uma boa razão, a de frear a terceira onda [da pandemia] e fazer a curva de contágios recuar”, justificou. O lockdown reforçado havia provocado confusão na população e sido criticado pelos setores econômicos.   

Enquanto isso, a União Democrata-Cristã (CDU), partido de Merkel, vive um momento de queda nas pesquisas. A mais recente delas, do instituto Forsa, mostra a sigla com 26% das intenções de voto para a eleição de setembro, uma redução de três pontos em relação a uma semana atrás.   

Com isso, a CDU está agora apenas quatro pontos à frente dos Verdes, que despontam como principais adversários do partido conservador no pleito legislativo deste ano – Merkel não disputará a eleição e deixará a vida política no fim de 2021.   

A Alemanha contabiliza atualmente 2,7 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e pouco mais de 75 mil óbitos, mas os novos contágios apresentam tendência de alta desde o início de março. (ANSA).