Mercosul e EFTA concluem negociações para tratado de livre comércio

O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, concluíram nesta quarta-feira (2) as negociações para um tratado de livre comércio, anunciou o chanceler argentino em uma declaração conjunta.

O avanço foi realizado durante a cúpula semestral do Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia, que ocorre nesta quarta e quinta-feira no Palácio San Martín, em Buenos Aires.

O novo tratado “se traduzirá em um aumento do comércio bilateral e vantagens para empresas e indivíduos”, disse o chanceler argentino, Gerardo Werthein.

Werthein apontou que ambos os blocos “compartilham o compromisso de dar os passos necessários para garantir a assinatura do Tratado de Livre Comércio nos próximos meses de 2025”.

Por sua vez, Guy Parmelin, vice-presidente da Confederação Suíça, disse que “o acordo abre mercados para bens e serviços e também fortalece a segurança jurídica para investidores, introduzindo normas modernas sobre aquisições e compras governamentais, competição e também propriedade intelectual”.

“É um acordo justo e equilibrado que atende aos interesses de ambas as partes”, destacou.

Sobre os próximos passos, Helene Budliger Artieda, secretária de Estado para assuntos econômicos da Suíça, afirmou que “cada país membro do EFTA tem seu processo independente” para adotar o acordo.

“Queremos assinar o quanto antes justamente para que possamos iniciar o processo”, ressaltou.

As conversas entre ambos os blocos foram iniciadas em 2017 com um acordo em 2019 que depois entrou em um processo de revisão.

O anúncio ocorre enquanto o Mercosul aguarda o avanço do acordo de livre comércio com a União Europeia, firmado em dezembro passado após 25 anos de negociações, mas que precisa ser ratificado pelos países europeus e enfrenta oposição da França.

A Comissão Europeia anunciou na segunda-feira que deverá apresentar “nos próximos dias” o texto legal do acordo de livre comércio com o Mercosul para abrir o processo de análise e discutir sua ratificação.

“Creio que pode haver certa resistência, algumas dificuldades em alguns países, mas as perspectivas para a União Europeia são positivas”, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.

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