Em um dia marcado por incertezas nos cenários interno e externo, a Bovespa fechou em queda de 1,01%, aos 48.471,70 pontos, nesta terça-feira, 31. A possibilidade de elevação dos juros nos Estados Unidos, a instabilidade das commodities e o desconforto com o cenário político doméstico foram apenas alguns dos motivos para a cautela do investidor da renda variável.

A queda do dia foi determinada pelo setor financeiro, responsável por cerca de 25% da carteira do Ibovespa. Os papéis foram puxados pelas ações do Bradesco, que aceleraram as perdas à tarde, depois da notícia de que a Polícia Federal indiciou o presidente, Luiz Carlos Trabuco, e dois executivos do banco no inquérito da Operação Zelotes que investiga compra de decisões no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Em nota, o Bradesco nega a contração de serviços ou negociação de Trabuco com o grupo investigado pela PF. Ainda assim, Bradesco PN terminou o dia em queda de 5,00% e Bradesco ON recuou 3,69%.

O cenário político doméstico foi fator de desconforto durante todo o dia e, segundo operadores, também influenciou o mercado, por incentivar maior cautela. Depois de Romero Jucá ter deixado o Ministério do Planejamento, na semana passada, ontem foi a vez de Fabiano Silveira pedir demissão do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A segunda baixa do governo Temer, que teve início no último dia 12, também está relacionada à revelação de áudios comprometedores. Assim como Jucá, Silveira foi flagrado articulando contra a Operação Lava Jato.

O petróleo chegou a subir pela manhã, contribuindo para a alta da Bovespa no início dos negócios, mas inverteu a tendência à tarde e arrastou as bolsas americanas. Com isso, Petrobras ON e PN tiveram queda de 3,78% e de 4,06%, respectivamente. Já a alta do dólar alimentou as ações de empresas exportadoras, que se destacaram em alta. Fibria ON disparou 5,03%, beneficiada também pelo anúncio de reajuste de preços da celulose. Com o resultado de hoje, o Índice Bovespa terminou o mês contabilizando queda de 10,09%.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias