Para 55% dos integrantes do mercado financeiro, Jair Bolsonaro (PL) será preso. Os dados são de uma pesquisa Quaest feita com gestores, economistas, traders e analistas que trabalham em empresas de administração de ativos em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde estão os principais centros financeiros do país.

+Desaprovação do governo Lula pelo mercado chega a 90%, diz Quaest

Pela primeira vez, a maioria dos entrevistados passou a acreditar na detenção do ex-presidente, indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele não é réu, mas pode parar na cadeia caso a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente uma denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) e o plenário da corte o julgue responsável por eventuais crimes na trama.

Mesmo assim, 80% optariam por votar em Bolsonaro contra o presidente Lula (PT) em 2026. Neste momento, o político de extrema direita está inelegível até as eleições de 2030.

A preferência dos entrevistados é maior, no entanto, pelos governadores de São Paulo e de Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União), que chegam a 93% e 91%, respectivamente, nos cenários em que enfrentam o petista.

Para 70% deles — eram 86% no levantamento de março –, o atual mandatário será candidato à reeleição, mas não encontrará apoio no segmento.

Presidente impopular

Nas entrevistas, as principais razões da impopularidade foram expostas: 86% avaliam que a principal preocupação do governo federal é com a popularidade de seu chefe, 88% acreditam que a economia deve piorar em 2025, e 96% consideram que a política econômica do país vai na direção errada.

Em 11 de novembro, Lula afirmou que o mercado fala bobagens: “Eu venci eles uma vez e vou vencer outra vez. A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país”.

A Quaest fez 105 entrevistas virtuais com fundos de investimento entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro.