Mercado europeu ETS teme créditos de carbono do Brasil, diz CNA

BELÉM, 24 OUT (ANSA) – O Brasil possui um potencial enorme para se tornar um dos maiores fornecedores mundiais de créditos de carbono, mas esbarra na resistência de mercados regionais já consolidados.   

A análise é de Nelson Ananias, coordenador de sustentabilidade da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em entrevista à ANSA.   

Ele explicou que, oficialmente, “o Brasil ainda não emite certificados de redução de emissões, pois o seu mercado regulamentado de carbono não está operacional”. “No entanto, quando entrar em funcionamento, ele precisará dialogar com o sistema global, como o ETS europeu, um sistema muito fechado porque prevê um programa caro de incentivos”, disse.   

Segundo Ananias, o ETS “se baseia em investimentos para reduzir as emissões da indústria”, com “um sistema que se fecha e se protege”.   

“O nosso crédito de carbono, baseado em florestas e em uma agricultura de baixa emissão, será muito mais econômico em relação a um voltado a evitar a poluição em uma cidade ou nas áreas rurais europeias. Portanto, há uma forte resistência por parte dos mercados de carbono já consolidados em nível regional a se abrir em nível global, porque a oferta de países como o Brasil será muito ampla e custará muito menos”, afirmou Ananias.   

(ANSA).