29/09/2023 - 13:39
A melhora no mercado de trabalho tem influência tanto da sazonalidade favorável quanto da atividade econômica, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de desocupação caiu de 8,3% no trimestre terminado em maio para 7,8% no trimestre encerrado em agosto, menor resultado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 29, pelo IBGE. Se considerados apenas trimestres encerrados em agosto, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2014, quando ficou em 7,0%.
“Um contexto macroeconômico favorável rebate positivamente no mercado de trabalho”, lembrou Beringuy.
Segundo ela, não é possível mensurar a exata contribuição do crescimento econômico para a queda na taxa de desemprego, mas esse é um fator presente na melhora vista na ocupação. O retorno do comportamento do mercado de trabalho ao padrão do pré-pandemia também tem influência na evolução positiva vista ao longo do ano.
Em apenas um trimestre, mais 1,254 milhão de pessoas passaram a trabalhar, totalizando 99,653 milhões de trabalhadores ocupados no País. Ao mesmo tempo, 528 mil brasileiros deixaram o desemprego. A população desempregada desceu a 8,416 milhões, menor patamar desde 2015. O total de inativos também diminuiu no trimestre, menos 347 mil pessoas nessa condição, totalizando 66,789 milhões fora da força de trabalho.
“A gente tem observado que essa queda de desocupação está relacionada a um processo de expansão do número de trabalhadores em diversas atividades”, disse ela. “Apenas indústria não teve retenção de trabalhadores.”
Nove das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em agosto ante o trimestre terminado em maio, embora na maioria dos casos a variação não seja considerada estatisticamente significativa, ou seja, ficou dentro da margem de erro da pesquisa.
A ampliação de vagas ocorreu em: alojamento e alimentação (119 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (275 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (422 mil), construção (27 mil), outros serviços (51 mil), comércio (189 mil), serviços domésticos (164 mil), agricultura (61 mil) e transporte e armazenagem (72 mil). O único setor com demissões foi a indústria, 114 mil vagas a menos.