Os dados sobre o mercado de crédito divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Banco Central mostram que 2016 foi um ano adverso, mas já há sinais de reação na ponta. Foi o que apontou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. Ele frisou que o mercado de crédito apresentou expansão em novembro, após seis meses de queda. A expansão, reconheceu Maciel, ainda é modesta e que os montantes mostram recuo em 12 meses. “Mas há sinais de acomodação”, disse.

Não será, porém, algo suficiente para reverter o encolhimento ocorrido ao longo do ano. Pelo contrário, o Banco Central reviu sua projeção para o comportamento do saldo total, de uma queda de 2% para uma retração mais forte, de 3%. Esse resultado, apontou ele, decorre da retração econômica.

Dentre a modalidades de crédito, o segmento mais impactado pela retração foi o das pessoas jurídicas. “O mercado recuou puxado pela dinâmica da economia”, disse Maciel. Houve queda na demanda por empréstimos de capital de giro, principalmente por parte de micro e pequenas empresas. Também houve impacto da redução da concessão de crédito pelo BNDES.

Para as famílias, houve uma ligeira expansão, bem menor do que aquelas registradas nos últimos anos. O crédito à pessoa física recuou sobretudo pela retração na compra de veículos. “As pessoas pensam duas vezes, no momento adverso, em comprometer a renda futura na aquisição de bem de maior valor”, explicou. Em novembro, especificamente, o crédito à pessoa física aumentou em função das compras em cartão de crédito puxadas pelo Black Friday.