Os preços do petróleo evoluíram com cautela nesta quarta-feira (23), enquanto os operadores tentavam avaliar as consequências dos novos acordos comerciais anunciados por Washington, bem como a probabilidade de que pactos sejam firmados com a União Europeia (UE) e a China.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em setembro recuou 0,12%, situando-se em 68,61 dólares.
Seu equivalente americano, o barril West Texas Intermediate (WTI) para o mesmo mês, caiu marginalmente 0,08%, fechando em 65,25 dólares.
“Por um lado, há certo otimismo em torno do acordo comercial com o Japão, que poderia servir de modelo para acordos com outros países”, disse à AFP Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
“Mas, por outro lado, o mercado continua preocupado com a possibilidade de que seja alcançado um acordo entre a União Europeia e a China nas próximas semanas”, opinou Lipow.
O compromisso alcançado entre Washington e Tóquio prevê tarifas recíprocas de 15% sobre as exportações japonesas aos Estados Unidos, bem abaixo dos 25% com que o arquipélago vinha sendo ameaçado.
O acordo foi anunciado por Washington após negociações com outros dois países: Filipinas e Indonésia.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, falou nesta quarta-feira sobre possíveis “decisões” iminentes nas negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos, que buscam um acordo antes do prazo final de 1º de agosto, estabelecido pelo presidente Donald Trump.
Segundo o jornal britânico Financial Times, o compromisso entre europeus e americanos poderia resultar em uma sobretaxa de 15% sobre os produtos do Velho Continente que cheguem aos Estados Unidos.
Por outro lado, o mercado reagiu com pouca intensidade à publicação dos estoques semanais de petróleo nos Estados Unidos, que registraram uma queda mais acentuada do que o previsto, de 3,2 milhões de barris.
Segundo a Agência de Informação sobre Energia dos Estados Unidos (EIA), as refinarias aumentaram seu nível de atividade na semana passada para 95,5% de sua capacidade. E a quantidade de produtos refinados entregues ao mercado americano, indicador implícito da demanda, aumentou significativamente (+13,5%).
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