A menopausa, por si só, já é um ciclo cheio de mudanças e desconfortos para mulheres. No entanto, pouco se fala sobre como o período que a antecede — a pré-menopausa ou perimenopausa — também pode ser doloroso, especialmente durante a menstruação.

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À “Good Housekeeping”, de onde são as informações, a escritora Sheryl Gurrentz detalha depoimentos que recebeu de outras mulheres durante a pesquisa para seu livro sobre pré-menopausa. “Uma mulher me disse que tinha ciclos de 41, 55 e 18 dias de duração — parecia uma combinação de cadeado”, brinca.

E continua: “Outra estava tendo vazamentos [de sangue] mesmo utilizando um absorvente interno e um absorvente externo grande. Eu mesma estava fazendo mais testes de gravidez durante a perimenopausa do que nos meus 20 anos. Presumimos que nossos períodos menstruais vão diminuir e parar, mas não funciona assim.”

Como funciona a pré-menopausa?

As mudanças hormonais relacionadas à menopausa se iniciam por volta dos 30 anos e podem durar até dez anos. Nesse momento, os ciclos menstruais podem ser mais curtos que o normal ou se estender por até 80 dias.

De acordo com o portal, mais de 30% das mulheres na pré-menopausa relatam menstruações muito intensas, e pelo menos uma em cada quatro diz que seus períodos menstruais interferem em suas vidas — seja impedindo-as de utilizar certas roupas, fazer sexo ou sair de casa.

Se você está vivendo esse período e nunca sabe o que esperar de seu ciclo menstrual, não se espante: o estrogênio e a progesterona podem estar caminhando a níveis descontrolados, a ovulação é incerta e seu endométrio também pode sofrer. Hormônios em descontrole também significam que TPM, inchaço, seios sensíveis e fadiga podem surgir a qualquer momento.

No entanto, outros problemas de saúde subjacentes também podem fazer com que sintomas incômodos se apresentem. Por isso, a médica Devorah Wieder recomenda: “É importante acompanhar seu ciclo, e vale a pena ligar para o seu médico se você notar alguma mudança.”

A seguir, confira possíveis problemas relacionados à pré-menopausa que você pode enfrentar — e como se livrar deles.

Menstruação ininterrupta

O fluxo menstrual médio dura de quatro a seis dias, mas durante a perimenopausa ele pode durar muito mais. Em alguns meses, talvez você não ovule e seus ovários não liberem os níveis previsíveis de estrogênio e progesterona. Esse desequilíbrio pode fazer com que o revestimento uterino fique muito espesso e demore a ser eliminado quando você menstrua.

Menstruar sem parar também pode significar, entretanto, que você tem pólipos uterinos. Por isso, informe seu ginecologista sobre períodos menstruais que tenham durado mais do que o normal.

“Se você costuma ter sangramentos de dois dias e agora está sangrando por seis ou sete dias, isso pode sinalizar que algo diferente está acontecendo”, alerta a médica Julia Schlam Edelman. “Você pode ter alterações pré-cancerosas no revestimento do seu útero, que não aparecerão em seu exame papanicolau regular.”

Sangramento excessivo

Mulheres geralmente apresentam sangramento intenso durante a perimenopausa, especialmente quando estão acima do peso indicado para sua altura. No entanto, o sangramento abundante também pode indicar a presença de um mioma, tumor não-canceroso que começa na parede muscular do útero. De acordo com o portal, mulheres negras têm mais chances de desenvolver miomas.

Informe ao seu médico se os sangramentos intensos vêm interferindo no seu dia a dia ou se você está se sentindo muito cansada — você pode estar anêmica como resultado da perda excessiva de sangue.

A consulta com um especialista é importante para que você descubra a causa de seu problema, já que outras condições mais graves — como pré-câncer e câncer do revestimento uterino —  também podem causar sangramentos excessivos.

Escapes de sangue

Devorah explica que algumas mulheres podem ter escapes sanguíneos no meio do ciclo, ao ovularem, o que geralmente é explicado pelas mudanças hormonais da época.

Mas isso também pode significar que você tem um pólipo ou uma condição chamada adenomiose, na qual o tecido de revestimento do útero se aloja em sua parede muscular e faz o sangue “escapar” entre períodos. De acordo com um estudo recente do “American Journal of Obstetrics and Gynecology”, a taxa de casos de adenomiose é desproporcionalmente alta entre as mulheres negras.

Escapes também podem sinalizar uma infecção ou alterações pré-cancerosas no revestimento do útero, por isso, informe seu médico se eles acontecerem. 

Menstruação inesperada

Talvez você passe tanto tempo sem menstruar que ache que sua menstruação nunca mais aparecerá, mas quando você menos espera, lá está ela. “Isso geralmente significa que seu cérebro e seus ovários ainda estavam conversando e, finalmente, um óvulo relutante respondeu”, explica a ginecologista Tara Allmen.

O tempo entre os períodos aumenta à medida que seus hormônios se aproximam da menopausa, mas uma menstruação inesperada após um longo tempo também pode significar uma glândula tireóide hipoativa ou hiperativa.

Informe ao seu médico se você não sangrar durante 90 dias consecutivos e depois voltar a menstruar. Acumular vários meses de revestimento em seu útero pode colocá-la em risco de alterações pré-cancerosas chamadas hiperplasia.

Como aliviar os sintomas da pré-menopausa

Anti-inflamatórios não esteroides

Estes remédios para dor podem aliviar ciclos menstruais dolorosos e/​​ou longos, mas têm como desvantagem um risco aumentado de sangramento gastrointestinal.

Anticoncepcionais de baixa dosagem, adesivos ou anéis

Estes recursos podem tratar sangramento intenso, ciclos longos, TPM e sensibilidade mamária, evitando o acúmulo excessivo de revestimento uterino. Podem, ainda, reduzir a perda de sangue menstrual em 50%, o sangramento de escape ainda é uma possibilidade.

Dispositivo intrauterino (DIU)

O DIU também pode ajudar com sangramento intenso, afinando o revestimento uterino. O método pode reduzir a perda de sangue em até 86% em três meses e até 97% em 12 meses, de acordo com a “Good Housekeeping”. Os efeitos hormonais podem incluir sangramento irregular (que geralmente melhora com o tempo) e sensibilidade mamária.

Dilatação e curetagem e/ou Histeroscopia

Em uma dilatação e curetagem, pólipos uterinos e tecido de revestimento são removidos por um especialista. Em uma histeroscopia, um tubo fino e iluminado é inserido no útero e quaisquer pólipos são cortados. A remoção de pólipos melhora o sangramento anormal de 75% a 100%, mas os pólipos podem voltar a crescer.

Ablação endometrial

Nesse procedimento, uma camada de revestimento uterino é removida por meio de ondas de radiofrequência, congelamento ou outras técnicas, para ajudar com sangramento intenso ou ciclos longos. Isso controla o sangramento em 60% a 80% das mulheres, mas você pode precisar de uma repetição em alguns anos.

Histerectomia

A remoção do útero acaba com menstruações e quaisquer problemas relacionados. as relacionados.