Fragmentado e fora do governo regional, o independentismo catalão saiu nesta quinta-feira (11) às ruas de Barcelona para sua mobilização anual, embora bem longe das marchas multitudinárias dos anos próximos à tentativa secessionista desta região espanhola em 2017.
Agitando suas bandeiras esteladas e entoando cânticos de “Independência”, cerca de 28.000 pessoas, segundo a Guarda Urbana, se reuniram em Barcelona para a tradicional manifestação que as principais entidades separatistas convocam pela Diada, como é conhecida a festa regional da Catalunha.
A marcha, que nos anos áureos da escalada separatista superou o milhão de participantes, foi perdendo impacto e no ano passado havia reunido 60.000 pessoas em Barcelona durante uma convocação que, como esta, foi descentralizada em várias cidades.
“Passamos por um processo de um grande auge, que é muito difícil sustentar durante tantos anos com tanta intensidade”, reconhece Ester Benach, uma jornalista de 49 anos com uma grande bandeira estelada nas costas.
O contexto político mudou muito nesta próspera região do nordeste da Espanha, que desde o ano passado é presidida pelo socialista Salvador Illa, o primeiro dirigente não nacionalista ou independentista a ocupar o Palau de la Generalitat desde 2010.
Agora, 52% dos catalães são contrários à independência, frente a 40% favoráveis, segundo a última pesquisa do centro regional de estudos de opinião (CEO).
“O movimento independentista está decepcionado com tudo o que aconteceu com o ‘procés’ [como é conhecida a tentativa fracassada de 2017], mas as pessoas estão presentes”, opina Josep Serrat, um aposentado de 75 anos que, como todos os anos, comparece à marcha vindo de um município do interior da Catalunha.
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