Menos de 100 aviões Airbus da série A320 permanecem parados devido a um software de controle de navegação vulnerável às radiações solares, das quase 6.000 aeronaves potencialmente afetadas, anunciou nesta segunda-feira (1) a fabricante aeronáutica.
“A grande maioria” dos aviões já passou pela modificação desde que o problema foi anunciado na sexta-feira, informou a Airbus em um comunicado. A nota explica que a empresa trabalha com as companhias aéreas na “modificação de menos de 100 aeronaves restantes para garantir que possam ser colocadas novamente em serviço”.
O grupo europeu anunciou na sexta-feira que 6.000 exemplares de seu modelo de sucesso, o avião mais vendido do mundo, precisavam trocar de maneira urgente um software de controle de voo, vulnerável às radiações solares.
O anúncio aconteceu após um incidente no final de outubro nos Estados Unidos com um voo da JetBlue, no qual a aeronave, que voava de Cancún (México) para Newark, perto de Nova York, perdeu repentinamente altitude sem a intervenção dos pilotos e teve que fazer um pouso em Tampa, Flórida.
A Airbus pediu na sexta-feira aos clientes que “interrompessem imediatamente os voos” de quase 6.000 aeronaves, mas conseguiu intervir rapidamente em milhares de aviões no mesmo dia e no sábado, o que dissipou o temor de uma perturbação em larga escala no tráfego aéreo mundial.
A EasyJet, uma das maiores operadoras da série A320, anunciou nesta segunda-feira que atualizou os aviões afetados “sem perturbação do programa de voos” do fim de semana.
A colombiana Avianca relatou inicialmente perturbações “significativas” em seus voos, porque a atualização do programa poderia afetar mais de 70% de sua frota, e suspendeu a venda de passagens até 8 de dezembro. No sábado, no entanto, a companhia indicou que 51% da frota A320 tinha “o software completamente atualizado” e que esperava a conclusão do trabalho “nos próximos dias”.
O A320, uma gama que também inclui os modelos A318, A319 e A321, é o avião comercial civil mais vendido do mundo. O modelo entrou em serviço em 1988 e, até o final de setembro, haviam sido entregues 12.257 exemplares.
Nesta segunda-feira, a Airbus reiterou suas desculpas “pelas dificuldades e atrasos causados aos passageiros e às companhias” por esta situação. A empresa agradeceu “a compreensão a respeito da decisão de dar prioridade absoluta à segurança”.
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