Menina americana de 2 anos foi deportada à Honduras, diz juíz dos EUA

Uma menina americana de dois anos foi deportada com sua mãe para Honduras, de acordo com um juiz federal do estado de Louisiana, no sul do país, que lamentou a falta de procedimentos formais.

Esse novo caso é o mais recente a colocar o sistema judicial contra a política de imigração do governo de Donald Trump, que está realizando expulsões em massa de imigrantes que entraram irregularmente no país.

O juiz federal Terry Doughty marcou uma audiência para 16 de maio para “dissipar a forte suspeita de que o governo acabou de deportar um cidadão americano sem o devido processo legal”, de acordo com um documento do tribunal emitido na sexta-feira (24).

Ele reiterou que a lei proíbe a deportação de cidadãos americanos.

De acordo com o documento, o governo Trump não contesta os fatos, mas sustenta que a deportação da menina, identificada como V.M.L., ocorreu após um pedido expresso da mãe, que foi expulsa do país por não possuir documentação adequada.

“O governo argumenta que isso é normal porque a mãe queria que a criança fosse com ela. Mas o tribunal não tem conhecimento disso”, escreveu o juiz em seu despacho.

Segundo ele, a menina foi deportada junto com a mãe, originária de Honduras, depois que esta foi detida no início desta semana pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês).

Os advogados do pai da menina entraram com uma ação na quinta-feira pedindo a sua libertação.

Nos Estados Unidos, a controvérsia sobre a deportação de imigrantes está crescendo.

Um dos casos mais notórios é o de Kilmar Ábrego García, salvadorenho enviado por Washington para uma megaprisão em seu país de origem por um “erro administrativo”. A Justiça americana decidiu que ele deve ser trazido de volta ao país, mas a medida não foi implementada.

Desde que voltou ao poder em janeiro, Trump priorizou a luta contra a imigração irregular.

Após várias decisões judiciais desfavoráveis, o governo decidiu entrar em um debate acalorado com os juízes, que foram acusados por pessoas próximas ao presidente de serem “tiranos”.

Na sexta-feira, o FBI (polícia federal) prendeu um juiz em um tribunal por “obstruir” a detenção de um imigrante.

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