16/02/2017 - 12:32
O ministro da Educação, Mendonça Filho, declarou nesta quinta-feira, 16, que a Reforma do Ensino Médio é a “mudança mais estrutural” e “relevante” na educação pública e privada do Brasil que ocorreu nas últimas duas décadas. Ele afirmou que a medida promoverá uma “ação transformadora” no País.
Ao lado do presidente Michel Temer e do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Mendonça participa da cerimônia de sanção da Lei do Novo Ensino Médio, no Palácio do Planalto. A proposta foi aprovada pelo Congresso no último dia 8. O projeto flexibiliza a grade curricular, permitindo que o estudante escolha parte das matérias que irá cursar.
Segundo Mendonça, a reforma foi aprovada no Congresso preservando todo o seu “eixo central”. De acordo com o ministro, há mais de vinte anos o projeto era debatido no Congresso, mas faltava “vontade política” para fazê-lo avançar. “A discussão política é bem-vinda, mas quero clamar e chamar o Brasil para o bom senso (…) Só peço que tenhamos consenso em torno dos jovens e da educação”, declarou.
O ministro considera que a reforma vai contribuir para melhorar a qualidade de ensino. “A escola no Brasil é estática, com 13 disciplinas obrigatórias. E qualquer aluno tem que assimilar conteúdos da mesma forma. Não é assim que ocorre, quem vai fazer curso de jornalismo ou de engenharia tem vontades diferentes”, afirmou.
Ele reforçou que o objetivo da reforma não é “excluir nenhuma disciplina específica” e, sim, “abrir a cabeça dos jovens e ampliar oportunidades”.
O texto aprovado no Congresso divide o conteúdo do ensino médio em duas partes: 60% para disciplinas comuns a todos, a serem definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e 40% para que o aluno aprofunde seus conhecimentos em uma área de interesse, entre as opções Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional.
“Propomos ênfase em matemática e português (…) E aí o jovem vai protagonizar a ênfase educacional nas áreas de ciências, da natureza, ou cursos técnicos, profissionalizantes, como ocorre no mundo todo”, disse.
Mendonça defendeu que os jovens que quiserem antecipar a entrada no mercado de trabalho conseguem fazê-lo com cursos técnicos profissionalizantes. Ele ponderou, contudo, que a oferta de cursos técnicos precisa aumentar no País. De acordo com ele, apenas 8% dos jovens fazem cursos técnicos no Brasil atualmente, enquanto na Europa o número é de 40%.