A saída de Ricardo Vélez Rodriguez do Ministério da Educação (MEC), caso confirmado, poderá dar início à ocupação política de cargos no governo. De acordo com fontes do MEC ouvidas por ISTOÉ, os nomes dos deputados Mendonça Filho (DEM-PE) e Izalci Lucas (PSD-DF) são ao mais cotados para assumir o lugar de Vélez. A saída seria o caminho para começar a entregar postos no primeiro escalão aos partidos, como forma de consolidar uma base de governo e facilitar a aprovação da reforma da Previdência. Caso o presidente Jair Bolsonaro opte por um caminho técnico, o nome falado é o atual presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Carlos Alberto Decotelli.[posts-relacionados]

Internamente, as soluções Mendonça ou Izalci são bem recebidas pelo corpo técnico do Ministério da Educação, bastante contrariado com as idas e vindas de Vélez. O ministro meteu-se em polêmicas e problemas desde o seu primeiro dia, quando publicou edital para compra de livros didáticos admitindo a publicação de obras sem revisão, sem bibliografia e com publicidade. Com a repercussão, suspendeu a publicação e disse ter sido um erro. Desde então, já trocou 16 pessoas nos cargos mais importantes do ministério, mantendo-o em crise permanente. Vélez é um dos pivôs das refregas do filósofo Olavo de Carvalho com os setores do governo ligados aos militares. O professor de origem colombiana foi indicado por Olavo. Diante dos problemas, o núcleo militar passou a intervir na Educação.

Mendonça Filho foi ministro da Educação no governo Michel Temer e é bem quisto pelo corpo técnico do MEC. Realizou mudanças elogiadas como o novo ensino médio e um novo modelo para o Financiamento Estudantil (Fies). Izalci tem ligações locais no Distrito Federal com educação e ciência e tecnologia.

Bolsonaro admitiu, em conversa com jornalistas, a possibilidade de demitir Vélez Rodrigues na segunda-feira 8. Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está falando gestão, que é coisa importantíssima, disse o presidente.


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