As memórias que o opositor russo Alexei Navalny, que morreu recentemente na prisão, começou a escrever após seu envenenamento em 2020, serão publicadas em outubro, anunciou nesta quinta-feira (11) sua editora americana.

“É a história completa de sua vida: sua juventude, sua vocação ativista, seu casamento e família, e o compromisso com a causa da democracia e da liberdade russas frente a uma superpotência mundial decidida a silenciá-lo”, anunciou.

Para sua viúva, Yulia Navalnaya, “este livro é um testemunho não só da vida de Alexei, mas do seu compromisso inabalável na luta contra a ditadura, uma luta pela qual deu tudo, incluindo a vida”.

“Compartilhar sua história não apenas honrará sua memória, mas também inspirará outros a defenderem o que é justo e nunca perderem de vista os valores que realmente importam”, acrescentou no comunicado da editora.

O livro, intitulado “Patriot”, terá tiragem inicial de 500 mil exemplares e estará à venda mundialmente em 22 de outubro. Segundo sua esposa, será traduzido em 11 idiomas.

No texto, Navalny expressa sua “total convicção de que não se deve resistir à mudança e de que ela virá”.

A obra inclui correspondências feitas na prisão e narra sua carreira política, os vários atentados contra sua vida e a de pessoas próximas, além da campanha que ele e sua equipe lançaram contra o regime de Putin.

“Não é absolutamente a forma como imaginei que Alexei escreveria sua biografia”, disse sua esposa na rede social X.

“Hoje é o fim dos segredos. O livro de Alexei, que começou a ser escrito na Alemanha e terminou na prisão, será publicado”, disse a porta-voz do opositor, Kira Yarmish.

Para sua editora, é um “relato comovente dos últimos anos passados na prisão mais brutal do planeta; uma lembrança da razão pela qual os princípios da liberdade individual são tão importantes; e um apelo encorajador à continuidade do trabalho pelo qual sacrificou sua vida”.

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