É um clássico para quem se exercita mas costuma falhar na regularidade. Bastam algumas semanas para que os progressos obtidos com muito suor quase desapareçam. Uma pesquisa inédita feita por pesquisadores ingleses traz uma boa notícia para todos que duvidam da capacidade de o corpo retomar e ganhar ainda mais vigor após um tempo de sedentarismo: o músculo tem memória. Há no material genético humano dezenas de genes acionados nos primeiros anos de vida com o objetivo de promover o desenvolvimento esquelético-muscular. Se houver estímulo por meio do exercício, eles voltam a atuar como se o sistema estivesse sendo reconstruído, mesmo depois de longos períodos de inatividade. É a primeira vez que a ciência obtém essa informação.

“Agora vamos encontrar as melhores atividades, intensidades e durações para reativar o DNA” Adam Sharples, Universidade Keele

Foi um estudo meticuloso. Os cientistas analisaram 850 mil trechos de DNA, biópsias musculares e medidas corporais coletados de 80 homens sem história de prática cotidiana de exercícios. As amostras foram extraídas antes e depois de os participantes terem sido submetidos a um programa que consistiu de sete semanas de treino, sete de descanso e mais sete de atividades. Os genes agora identificados passaram da inatividade à ação em tempo muito curto, atuando de maneira impressionante para o crescimento de fibras musculares. Foi como descobrir diversos botões de liga-desliga de músculos.

O achado é a base para que intervenções visando recuperação ou ganho de força muscular sejam feitas de modo mais eficaz. “Agora vamos identificar quais os melhores tipos de atividade física, intensidades e durações capazes de reativar a memória genética dos músculos”, explicou à ISTOÉ Adam Sharples, líder do trabalho, professor de Fisiologia Muscular Universidade Keele. Também participaram as universidades de Liverpool e de Manchester. Além de contribuir para o condicionamento físico, as respostas auxiliarão no trabalho de recuperação de lesões.

 

 

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