Membros do Grupo de Lima estão em conversações com Cuba para buscar uma solução na Venezuela, disse na sexta-feira (21) o coordenador deste bloco de países americanos, Hugo De Zela.

O diplomata peruano se referiu ao tema, ao informar sobre a nova estratégia do grupo, anunciada na véspera após uma reunião no Canadá, de convocar toda a comunidade internacional para propiciar uma “saída pacífica e democrática” a uma “crise que se deteriora rapidamente” na Venezuela.

“Os esforços do Grupo de Lima serão realizados sem exclusões”, anunciou De Zela durante uma conferência em Washington sobre sua candidatura à secretaria-geral da Organização de Estados Americanos (OEA).

“Acreditamos que cada país pode ajudar. De fato, há três membros do Grupo de Lima falando atualmente com os cubanos para ver se estão dispostos a ajudar”, acrescentou, sem identificar os países.

Fontes diplomáticas disseram à AFP que pelo menos Argentina, Canadá e Peru iniciaram um diálogo com Havana, considerado um aliado-chave do governo venezuelano de Nicolás Maduro.

Consultado se Cuba é parte do problema na Venezuela, De Zela se limitou a destacar: “É parte da situação”.

A Venezuela, governada pelo contestado Maduro, cuja saída é impulsionada por cerca de 50 países por considerar ilegítima sua reeleição em 2018, vive uma crise econômica sem precedentes na história recente da região, que segundo a ONU, levou ao êxodo nos últimos anos 4,7 milhões de pessoas.

De Zela, que impulsionou a criação do Grupo de Lima em 2017, disse que a gravidade do que ocorre na Venezuela causa uma pressão diplomática que inclua a maior quantidade de países possível.

“Chegamos à conclusão de que emitir declarações como as que temos emitido não leva realmente a uma solução. Decidimos, assim, mudar o método”, disse sobre o encontro de quinta celebrada em Gatineau, perto de Ottawa.

Explicou que o objetivo é construir “uma ampla coalizão internacional” sob três ideias principais: que os próprios venezuelanos devem decidir seu futuro, que o restabelecimento pleno da democracia só será alcançado mediante eleições presidenciais livres e que qualquer solução deve ser pacífica.

De Zela, embaixador do Peru nos Estados Unidos, antecipou que prevê convocar em primeiro lugar os países europeus.

O governo canadense não divulgou imediatamente a lista de países que estiveram na reunião de quinta-feira do Grupo de Lima, que além de Peru e Canadá, tem entre seus 12 membros fundadores Brasil, Colômbia, Chile e Costa Rica.