As principais autoridades do Banco Central Europeu (BCE) divergiram, na reunião de política monetária de março, sobre a força da recuperação econômica da zona do euro e a necessidade de conter a atual política de estímulos, segundo ata do encontro.

O documento, publicado nesta manhã, revela que os dirigentes mostraram diferenças em como caracterizar a perspectiva de crescimento e de inflação do bloco e se é preciso começar a reverter a política de maneira mais agressiva.

“Alguns membros consideraram que os riscos (econômicos) podem ser vistos como amplamente equilibrados, (mas) outros membros argumentaram que ainda há riscos negativos substanciais” ao crescimento, diz a ata.

No mês passado, o BCE manteve sua política monetária inalterada, mas seu presidente, Mario Draghi, falou da recuperação econômica da zona do euro de forma mais otimista, gerando especulação de que os estímulos estavam com os dias contados. Desde então, as autoridades do BCE têm divergido sobre se a instituição já atingiu ou não o momento de rever sua política.

De acordo com a ata, porém, houve amplo consenso na reunião de março de que a política atual do BCE ainda é apropriada, visto que a perspectiva da inflação no médio prazo “praticamente não mudou”.

“Foi compartilhada uma ampla visão de que paciência e manter mão firme (em relação à política) continuam sendo recomendáveis”, informa a ata.

De qualquer forma, pelo menos um dirigente sugeriu que o BCE deveria abandonar sua promessa de ampliar ainda mais os estímulos se a perspectiva piorar. Outros, por outro lado, indicaram que não há necessidade de o BCE fazer isso. No último mês, a promessa de fornecer estímulos adicionais acabou sendo mantida.

“Mudanças na formulação da atual conjuntura podem levar a uma indevida alta nas taxas de juros do mercado”, conclui o documento. Fonte: Dow Jones Newswire.