A justiça espanhola condenou, nesta sexta-feira, um membro da organização separatista basca ETA a 92 anos de prisão por tentativa de atentado contra o rei Juan Carlos durante a inauguração do museu Guggenheim de Bilbao, em 1997, informaram fontes judiciais.

A condenação de Eneko Gogaeskoetxea foi pronunciada pela Audiência Nacional, especializada em delitos de terrorismo.

Junto a o outro membro do ETA, Kepa Arronategi, o acusado planejava implantar granadas que poderiam ser ativadas a distância em vasos de plantas próximos ao museu.

Mas alguns dias antes da inauguração, prevista para 18 de outubro de 1997, foram surpreendidos por dois policiais quando tentavam esconder os artefatos nos vasos. Enquanto os agentes verificavam sua identidade, Eneko Gogeaskoetxea disparou contra um deles, José María Aguirre Larraona, matando o oficial.

Gogaeskoetxea, de 49 anos, foi detido em Cambridge (leste da Inglaterra) em julho de 2011. Ali vivia há vários anos com sua mulher e seus filhos utilizando uma identidade falsa.

As autoridades espanholas haviam emitido várias ordens de prisão contra ele e a justiça francesa havia o condenado à revelia por pertencimento a uma associação criminosa terrorista.

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Embora sua condenação seja de 92 anos, as penas máximas de prisão na Espanha não superam os 40 anos. Somente os autores de atentados muito mortíferos podem permanecer na prisão por mais tempo.

O ETA, a quem é atribuída a morte de 829 pessoas, renunciou à violência em 20 de outubro de 2011 após 40 anos de luta armada pela independência do País Basco e Navarra. Contudo, a organização rejeita se dissolver e entregar as armas como exigem os governos de Espanha e França, e exige uma negociação sobre o destino de seus militantes presos nos dois países.

Juan Carlos, que na atualidade tem 78 anos, foi alvo de outros planos de atentado. Abdicou do trono em junho de 2014 em favor de seu filho Felipe VI.

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