BRUXELAS, 27 SET (ANSA) – Para o comissário da União Europeia para a Economia, Valdis Dombrovskis, o bloco já está em uma “guerra híbrida” com a Rússia, devido às mais variadas incursões de Moscou no continente.
“Estamos testemunhando todos os tipos de ações russas, desde desinformação a atos de sabotagem, até o uso da imigração clandestina de armamentos. Então, já estamos em uma guerra híbrida com a Rússia”, declarou Dombrovskis à France24 neste sábado (27).
Segundo ele, “as ambições imperialistas e expansionistas de Moscou vão além da Ucrânia”, já que o governo de Vladimir Putin “fala abertamente sobre invadir outros países, incluindo a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”.
Por isso “é extremamente importante aumentar as capacidades e os gastos [da UE] com defesa, bem como proteger o flanco oriental da Otan, onde estão localizados, inclusive, os Estados bálticos”, explicou, destacando ainda que “a preocupação desses países tem total sentido em relação à retórica russa, à invasão de outros países e às provocações que enfrentamos, como as recentes incursões no espaço aéreo europeu”.
Para Dombrovskis, a ideia por trás de um “muro de drones” sugerida por Bruxelas para proteger seu território é “ter a capacidade de detectar movimentos e, se necessário, até mesmo interceptar drones russos”.
“Infelizmente, já vimos drones individuais entrando nos céus de vários países da UE, mas a recente ação na Polônia foi bastante massiva”, declarou o ex-premiê da Letônia.
Na visão do atual comissário europeu, “obviamente não se trata de um erro”, mas da Rússia, “que está testando as capacidades de resposta da Otan e tentando entender se pode ir mais longe.” Em relação ao fortalecimento das capacidades de defesa e das indústrias relacionadas do bloco, “a UE tem avançado com o plano de rearmamento Readiness 2030”, pois o Kremlin “já transformou sua economia em uma economia de guerra”.
A Rússia “aumentou significativamente sua produção militar e também tem aumentado o número de suas tropas. A questão é: para onde irão todas esses militares e equipamentos?”, questionou Dombrovskis, segundo o qual, para dissuadir Moscou de incursões nos Estados-membros, “é importante enviarmos um sinal claro e forte e uma capacidade clara de combater a ameaça”. (ANSA).