ROMA, 22 FEV (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, saiu em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em discurso em vídeo neste sábado (22) na Conferência da Ação Política Conservadora (Cpac), evento que reúne lideranças da direita e da extrema direita global em Washington.
Elogiada por Trump em diversas ocasiões, Meloni ignorou as críticas da oposição e decidiu manter a participação na Cpac mesmo após a polêmica gerada por um gesto nazista feito por Steve Bannon, guru da extrema direita, no palco da conferência.
“Nossos adversários esperam que Trump se afaste de nós [europeus]. Mas eu o conheço, ele é forte e eficaz, aposto que demonstraremos que estão errados”, disse a primeira-ministra italiana, acrescentando que sente “orgulho por ser europeia”.
“Quando falam Trump, Meloni, Milei ou até Modi, somos definidos como uma ameaça à democracia. Esse é o duplo padrão da esquerda, mas já estamos acostumados. E a boa notícia é que as pessoas não acreditam mais nas mentiras deles”, destacou.
Desde que voltou ao poder, o presidente dos EUA vem ameaçando aumentar tarifas de importação contra produtos da União Europeia e se aproximou da Rússia de Vladimir Putin para negociar o fim da guerra na Ucrânia, provocando consternação no bloco.
“Eu mesma pedi à Europa que redescubra a própria verdade e a própria alma, que foram sacrificadas no altar do mercado e da burocracia. A Europa jamais se perderá se os conservadores continuarem lutando”, salientou Meloni.
Na mensagem, porém, a premiê exaltou o povo ucraniano, “que luta pela liberdade contra uma agressão brutal”, discurso oposto ao adotado por Trump nas últimas semanas, quando o magnata chamou o presidente Volodymyr Zelensky de ditador e culpou Kiev pela guerra.
“É preciso seguir em frente para construir uma paz duradoura.
Com Trump, jamais veremos de novo o desastre do Afeganistão”, declarou a primeira-ministra.
Mais cedo, Meloni foi criticada por representantes da oposição por participar do mesmo evento que Bannon. “É uma vergonha que Giorgia Meloni queira participar de uma conferência onde uns fazem a saudação nazista. Prisioneira da sua ideologia, está paralisada pela escolha de levar a Itália aonde fazem saudações nazistas”, disse a deputada de centro-esquerda Elly Schlein, líder do Partido Democrático (PD). (ANSA).