ROMA, 28 JUN (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta quarta-feira (28) que o próximo Conselho Europeu deve ter a migração como tema central e reforçou a necessidade de respostas para combater o tráfico de pessoas.

A declaração foi dada pela líder do partido Irmãos da Itália durante discurso no Parlamento, onde renovou a proximidade da Itália após o naufrágio ocorrido na costa da Grécia e “o compromisso de acabar com as redes de traficantes, que geram essas tragédias”.

“Reconhece-se que a migração é um desafio europeu e por isso exige respostas europeias e ganha força a abordagem que procura superar a oposição entre movimentos primários e secundários, países de primeira chegada e de destino”, declarou ela.

Meloni reiterou ainda sua proposta para ajudar países africanos.

“Começamos a compreender que, se queremos atacar a raiz do problema da migração, devemos abordar a questão do desenvolvimento da África. Uma vasta região que possui recursos, a começar pelos energéticos, que são cruciais para a Europa, que no entanto, deve ir antes de tudo para o benefício dos povos que o possuem”, afirmou.

De acordo com a premiê italiana, o objetivo “é garantir prosperidade duradoura, paz e amizade com um modelo de cooperação que deve ser igualitário, não predatório”.

“O poder de decidir quem entra e quem não entra na Europa não pode ser deixado aos escravistas do século 20 e a imigração em massa nada tem a ver com a solidariedade e atinge os mais fracos e frágeis, a começar por aqueles que têm o direito de serem acolhidos”, acrescentou.

Em meio às declarações, Meloni recebeu aplausos da maioria dos presentes na Câmara dos Deputados, com exceção da oposição, ao falar que “não aceitava ser paga para transformar a Itália no maior campo de refugiados da Europa”.

“O verdadeiro ponto crucial permanece um: distinguir migrantes econômicos daqueles com direito à proteção internacional, são dois assuntos diferentes que se opõem há anos. Um raciocínio nascido de cálculos ideológicos que enfraqueceu aqueles que tinham direito”, ressaltou.

Além disso, Meloni afirmou que “a defesa das fronteiras externas é o aspecto fundamental, quem tem confiado em mim e no governo espera resultados concretos e não importa se demora, os resultados serão estruturais e duradouros”.

Já sobre a guerra na Ucrânia, a chefe de governo explicou que a “UE vai confirmar o seu forte apoio ao povo ucraniano” e que “a posição clara da Itália é reconhecida e apreciada” por todos os seus parceiros e fortalece o peso na nação.

“A Itália continuará a apoiar os esforços para garantir que os crimes internacionais cometidos na agressão contra a Ucrânia sejam julgados, principalmente por meio do trabalho independente do Tribunal Penal Internacional. Estou pensando no sequestro e deportação para a Rússia de milhares de crianças das quais nunca mais a gente sabe de novo. Como mãe é um dos aspectos que mais me marcou”, lembrou.

Por fim, Meloni disse que seguiu com grande atenção e apoiou plenamente os esforços incessantes e a ação diplomática do diretor geral da AIEA após a explosão da barragem de Kakhovka e declarou seu apoio à entrada da Ucrânia na UE.

“O instrumento proposto pela Comissão demonstra que toda a comunidade internacional está olhando na mesma direção, para uma Ucrânia reconstruída. E a Itália tem todas as credenciais para desempenhar um papel de liderança. Apostamos num futuro de paz e prosperidade para a Ucrânia e na integração europeia desta nação. Apoiaremos fortemente o direito dos ucranianos a fazerem parte da família europeia”, concluiu a premiê. (ANSA).