JOANESBURGO, 23 NOV (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, reuniu-se neste domingo (23) com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à margem da cúpula do G20 na África do Sul, para discutir, entre outros temas, a guerra na Ucrânia.
Em comunicado, o Palácio Chigi informou que “os dois líderes ressaltaram a importância da cooperação entre a Itália e a Turquia no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)”.
A nota acrescenta que o encontro incluiu “uma troca de opiniões aprofundada sobre as crises internacionais em curso, em particular a guerra na Ucrânia e a situação no Oriente Médio”.
Meloni e Erdogan também expressaram a intenção de fortalecer as relações bilaterais, impulsionadas por um “contexto muito positivo de crescimento econômico contínuo, inclusive em setores estratégicos”.
O presidente turco anunciou ainda que conversará com seu homólogo russo, Vladimir Putin, na próxima segunda-feira (24).
Paralelamente, negociações entre União Europeia, Estados Unidos e Ucrânia prosseguem em Genebra, centradas na proposta norte-americana para encerrar a guerra.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, foi um dos primeiros a chegar e, segundo relatos de vários senadores americanos, o republicano teria considerado o plano “uma lista de desejos russa”.
Horas depois, o Departamento de Estado desmentiu a alegação.
“Isso é patentemente falso”, declarou o porta-voz Tommy Pigott, enfatizando que o plano foi elaborado pelos EUA “com contribuições tanto dos russos quanto dos ucranianos”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, abriu as negociações afirmando que “a oferta não é definitiva”.
Líderes europeus, que se reúnem amanhã em Luanda, consideram o documento “uma base sobre a qual é necessário trabalho adicional”. A premiê italiana reiterou apoio à iniciativa ocidental: “A Itália está pronta para colaborar com a UE e os EUA”, disse Meloni, que enviou seu conselheiro diplomático, Saggio, à Suíça.
O negociador ucraniano Andriy Yermak já está no país, de passagem para Kiev, e informou ter se reunido com representantes de França, Alemanha e Reino Unido antes de um encontro previsto com a delegação norte-americana.
Segundo o enviado especial norte-americano para a Ucrânia, Keith Kellogg, o presidente Volodymyr Zelensky poderá viajar aos Estados Unidos para discutir diretamente o plano de paz.
À Fox News, Kellogg afirmou que o projeto “é bom, embora ainda precise de alguns ajustes” e que a visita de Zelensky é provável, mas não garantida.
Enquanto diplomatas debatem uma saída para o conflito, a guerra continua intensa. Na Ucrânia, a capital Kiev sofreu um ataque massivo de 100 drones durante a noite; 69 deles foram abatidos, segundo autoridades locais.
Na Rússia, um ataque com drones atingiu a central elétrica de Shatura, a cerca de 120 km de Moscou. De acordo com o governador Andrei Vorobyov, alguns drones foram derrubados, mas outros caíram sobre a usina, provocando um incêndio rapidamente controlado.
Na linha de frente em Donetsk, as Forças de Defesa da Ucrânia relataram a eliminação de tropas russas em áreas estratégicas do centro de Pokrovsk ? incluindo a estação ferroviária e o Parque Soborny ? dificultando a concentração de forças de Moscou na cidade, epicentro da ofensiva russa.
A região de Odessa também enfrentou novos ataques de drones russos, que provocaram incêndios na infraestrutura energética e em um antigo prédio industrial. Não há registro de vítimas.
(ANSA).