ROMA, 4 JUL (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta sexta-feira (4) que a reforma da cidadania não está entre as prioridades indicadas em seu programa de governo.
Em declaração à imprensa em um fórum em Masseria, ela comentou o projeto do ministro das Relações Exteriores e vice-premiê, Antonio Tajani, que busca facilitar a concessão de cidadania para menores de idade nascidos no país, mas filhos de estrangeiros.
Meloni explicou que a coalizão de governo “é composta por diferentes forças políticas, e em algumas questões há diferentes sensibilidades”, mas cobrou que a base aliada se concentre no programa acordado por todas as partes.
“Acho que seria útil para todos se concentrarem nas prioridades indicadas com as quais todos concordamos, e a cidadania não está entre elas”, afirmou.
A declaração foi dada logo após Tajani admitir que “a reforma da cidadania não é “prioritária” como “a reforma da Justiça”, que é “um compromisso com os eleitores”.
Entretanto, o ministro assegurou que isso não significa um “recuo”, após a oposição ter se mostrado aberta a votar o projeto sobre cidadania para filhos de imigrantes.
Tajani já conseguiu a aprovação de um decreto que restringiu a transmissão da cidadania por direito de sangue (“jus sanguinis”) para ítalo-descendentes, mas também defende a instituição do princípio chamado de “jus scholae”, ou “direito escolar”.
Um projeto já protocolado no Parlamento prevê o reconhecimento da cidadania para estrangeiros nascidos na Itália ou que tenham chegado ao país antes do quinto aniversário, mas os candidatos precisariam completar 16 anos de idade, concluir o ciclo escolar até essa faixa etária e residir em solo italiano durante uma década ininterrupta. Atualmente, filhos de imigrantes nascidos no país podem se tornar cidadãos somente após os 18 anos, e desde que tenham sempre vivido na Itália.
“Trabalharemos, após o verão, quando a situação estiver menos congestionada no nível parlamentar, para abrir um debate sobre esta questão. Não estou recuando, não estou mudando de posição, tenho senso de responsabilidade”, garantiu o vice-premiê.
“Aqueles que quiserem nos seguir, nos seguirão quando ela [a proposta] for discutida no Parlamento”, acrescentou. (ANSA).