ROMA, 29 AGO (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta sexta-feira (29) que está indignada com o site pornográfico que publicava fotos adulteradas de personalidades italianas e foi encerrado pelas autoridades em meio a reclamações de diversas políticas, atrizes e influenciadoras de que fotos suas foram postadas e manipuladas ilegalmente.
A denúncia contra o fórum online “Phica.eu”, que tinha mais de 700 mil assinantes, foi protagonizada pela eurodeputada italiana Alessandra Moretti, que revelou ter sido vítima do site sexista.
“Estou indignada com o que aconteceu e quero expressar minha solidariedade e apoio a todas as mulheres cuja privacidade foi violada, insultada e ofendida pelos administradores deste fórum e seus ‘usuários'”, declarou Meloni em entrevista ao jornal italiano “Corriere della Sera”.
Segundo a premiê italiana, “é desanimador constatar que em 2025 ainda existam aqueles que consideram normal e legítimo atropelar a dignidade de uma mulher e atacá-la com insultos sexistas e vulgares, escondendo-se atrás do anonimato ou de um teclado”.
Por isso, Meloni disse confiar “nas autoridades competentes para garantir que os responsáveis sejam identificados o mais rapidamente possível e punidos com a máxima firmeza, sem concessões”.
“No nosso ordenamento jurídico, a divulgação sem consentimento de conteúdo que se pretende manter privado é crime e denomina-se pornografia de vingança”, acrescentou.
As imagens, que eram acompanhadas de legendas vulgares, eram coletadas de perfis pessoais nas redes sociais antes de serem alteradas e publicadas na plataforma. O site foi fechado uma semana depois que a Meta encerrou um grupo italiano no Facebook chamado “Mia Moglie”, onde homens trocavam sem consentimento fotos íntimas de suas esposas, após controvérsias em meio a queixas de várias políticas de centro-esquerda, bem como de atrizes, influenciadoras e mulheres comuns, de que as suas fotos tinham sido publicadas no fórum.
Um comunicado divulgado pelos administradores do fórum notificou os usuários de que todo o conteúdo tinha sido removido. “Se os seus direitos foram violados, por favor, escreva-nos para que possamos removê-lo”.
O site foi criado “como uma plataforma de discussão e compartilhamento pessoal, com um espaço dedicado para aqueles que desejam se certificar e compartilhar seu conteúdo em um ambiente seguro. Infelizmente, como em qualquer rede social, sempre há pessoas que fazem mau uso das plataformas, prejudicando seu espírito e propósito original”, acrescenta.
Phica, um trocadilho com uma gíria italiana para vagina, estava no ar desde 2005 e funcionou sem impedimentos até que várias mulheres denunciaram o site. Entre as vítimas estão a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, a líder de oposição Elly Schlein, secretária do PD, a atriz Paola Cortellesi, a influenciadora Chiara Ferragni e a ministra do Turismo, Daniela Santanchè. (ANSA).