JOANESBURGO, 22 NOV (ANSA) – A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse neste sábado (22) que os Estados Unidos precisam avançar rapidamente para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia, destacando que os 28 pontos do plano apresentado por Donald Trump fornecem uma base para o desenvolvimento futuro das negociações.
A italiana fez a declaração durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, afirmando que, embora alguns aspectos do plano possam ser aprimorados, outros já seriam aceitáveis para Kiev neste momento.
Meloni reforçou a necessidade de uma ação coordenada entre europeus e americanos, tanto no campo diplomático quanto na mídia. “A Itália está pronta para trabalhar com seus parceiros europeus e americanos para alcançar uma paz justa”, declarou.
À margem do G20, a premiê da Itália se reuniu com representantes da União Europeia, incluindo Ursula von der Leyen e António Costa, e participou da reunião de coordenação entre os líderes europeus e do G7.
Embora não esteja prevista uma ligação direta com Trump, a posição dos Estados Unidos será acompanhada de perto por Fabrizio Saggio, assessor diplomático do Palácio Chigi, que já se dirigiu a Genebra para reuniões com representantes da França, Reino Unido, Alemanha, da UE, dos EUA e da Ucrânia, visando avançar nas negociações sobre o plano de paz.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o enviado dos EUA, Steve Witkoff, também estarão presentes, sinalizando, segundo fontes de Roma, uma aceleração por parte de Washington.
As negociações estão sendo conduzidas diretamente entre os EUA e a Ucrânia, mas o papel europeu, destacam autoridades italianas, é apoiar Kiev e contribuir para equilibrar o processo.
Para o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, o trabalho diplomático será complexo, abrangendo desde ativos russos congelados até disputas territoriais, com a Europa desempenhando papel fundamental.
Já o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto considera que alguns pontos do plano são “inaceitáveis” e que ele se mostra “muito duro com a Ucrânia”, mas reconhece que o documento pode servir como ponto de partida para negociações.
“Trump deixou claro para nós, com as tarifas, com Gaza e em muitos outros cenários, quais são suas táticas: ele provoca, persuade, força, acaricia num dia, bate no outro”, enfatizou Crosetto.
Neste sábado, Meloni também manteve encontros bilaterais, incluindo com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com o ministro da Economia italiano, Giancarlo Giorgetti, enfatizando a importância de condições equitativas para empresas em mercados internacionais e da segurança das cadeias de suprimentos globais, especialmente em relação a componentes essenciais à produção industrial. (ANSA).