ROMA, 21 AGO (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, expressou nesta quinta-feira (21) “profunda preocupação” com o início da ofensiva terrestre de Israel para ocupar a Cidade de Gaza, principal centro urbano da Faixa de Gaza e que abriga cerca de metade da população do enclave palestino.
Além disso, criticou a aprovação de um plano para construir um assentamento judaico que dividirá a Cisjordânia ocupada em duas, iniciativa que, na prática, pode inviabilizar a criação de um Estado palestino.
“A Itália segue com profunda preocupação os desenvolvimentos recentes relativos às decisões tomadas pelo governo israelense a respeito da situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e reafirma com firmeza o próprio compromisso em defesa da paz, da segurança e do respeito ao direito internacional”, declarou Meloni em um comunicado.
“A decisão de proceder com a ocupação de Gaza, em resposta ao desumano ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023, constitui uma nova escalada militar que agravará a já dramática situação humanitária”, acrescentou.
A ofensiva deve provocar a evacuação de 1 milhão de pessoas, em meio a um cenário de fome generalizada na população e de destruição quase total no enclave. “Seria necessário um empenho coletivo para alcançar um cessar-fogo e a libertação dos reféns, reforçando o esforço internacional para assegurar a assistência humanitária que é urgentemente necessária para a população da Faixa”, salientou a premiê.
Sobre o plano de Israel para construir um assentamento em E1, área a leste de Jerusalém, Meloni afirmou que a medida arrisca “comprometer definitivamente a solução de dois Estados e, em geral, uma perspectiva política para obter uma paz justa e duradoura”.
A colônia, aprovada pelo ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, político de extrema direita que defende a anexação da Cisjordânia, inviabilizaria o surgimento de um Estado palestino contíguo e com capital em Jerusalém Oriental, contrariando a histórica resolução da ONU de 1967. (ANSA).