COPENHAGUE, 1 OUT (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, criticou nesta quarta-feira (1º) os ativistas da Flotilha Global Sumud (GSF), que navega em direção à Faixa de Gaza com ajudas humanitárias para a população civil, e afirmou que a missão não tem como prioridade o povo palestino.
A declaração chega enquanto a frota de cerca de 50 barcos se aproxima do enclave com uma delegação de centenas de pessoas de mais de 40 países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila e aproximadamente 40 ativistas e políticos italianos.
Segundo Meloni, todos devem “demonstrar responsabilidade” em meio às negociações sobre o plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já tem o aval de Israel, mas não do Hamas.
“Mas talvez os sofrimentos do povo palestino não fossem a prioridade [da flotilha]”, declarou a premiê antes de uma reunião de líderes da União Europeia em Copenhague, na Dinamarca. Para a primeira-ministra italiana, a GSF não é motivada por “questões humanitárias”, mas sim pelo desejo de “forçar um bloqueio naval”.
“Se fosse por uma razão humanitária, eles teriam aceitado as numerosas propostas feitas para entregar as ajudas em segurança.
Insistir em uma iniciativa que tem margens de periculosidade e irresponsabilidade… Não consigo entender”, acrescentou.
A flotilha pretende levar ajuda humanitária diretamente para a população civil de Gaza e furar o cerco imposto por Israel ao enclave palestino, que há meses é privado da entrada livre de alimentos e itens de primeira necessidade.
Após as declarações de Meloni, a porta-voz da delegação italiana na GSF, Maria Elena Delia, pediu que os representantes das instituições sejam “responsáveis”. “As pessoas a bordo merecem grande respeito porque, após dois anos de genocídio, nenhum governo ousou fazer alguma coisa”, salientou.
Já Maurizio Landini, líder da Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), maior sindicato do país, ameaçou convocar uma greve geral se a flotilha for interceptada por Israel. “Um ato dessa natureza em águas internacionais seria um ato de guerra contra quem participa de uma missão para reafirmar a paz”, disse. (ANSA).