NOVA DELHI, 9 SET (ANSA) – A premiê da Itália, Giorgia Meloni, anunciou neste sábado (9) a destinação de 3 bilhões de euros (R$ 16 bilhões) para ações climáticas na África, durante seu primeiro discurso na cúpula de líderes do G20, em Nova Délhi, na Índia.

A promessa chega no mesmo dia em que a União Africana foi confirmada como novo membro permanente do grupo, aumentando a representatividade do continente, que até agora contava apenas com a África do Sul no bloco.

“A Itália destinará à África mais de 70% de seu fundo para o clima. Isso significa 3 bilhões de euros nos próximos cinco anos, destinados a iniciativas de mitigação e adaptação”, declarou Meloni, que vem tentando estreitar as relações com o continente também para reduzir os fluxos migratórios no Mediterrâneo.

Segundo a premiê, a Itália quer “construir um novo modelo de relações internacionais em base paritária, para criar desenvolvimento, mas também favorecer percursos de imigração legal e combater as poderosas redes criminais de traficantes da imigração ilegal, que exploram o desespero para enriquecer”.

De acordo com o Ministério do Interior italiano, a Itália já recebeu 115,4 mil migrantes forçados via Mediterrâneo em 2023, quase o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado. A maioria dos deslocados internacionais é proveniente da África, especialmente da porção subsaariana do continente.

“O governo italiano está trabalhando para dar vida a um amplo plano de cooperação e desenvolvimento que leva o nome de um grande italiano, Enrico Mattei, fundador da ENI [empresa de óleo e gás]”, disse Meloni, acrescentando que a Itália quer ser uma “ponte entre Europa e África”.

A primeira-ministra também elogiou a adesão da União Africana ao G20 e disse que o continente é “extremamente rico em recursos”, mas, ao mesmo tempo, sofre com a pobreza, inclusive “porque, ao longo da história, as intervenções de nações estrangeiras nem sempre foram respeitosas com as necessidades das realidades locais”.

Durante o discurso, Meloni também acusou a Rússia de usar o fornecimento energético como “arma de chantagem” e afirmou que a resposta às mudanças climáticas “diz respeito a todos”, porém criticou “abordagens muito radicais ou assimétricas” na “transição ecológica e energética”. (ANSA).