O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou nesta quarta-feira, 10, que a equipe econômica esteja perdendo força no governo após a aprovação na terça-feira pela Câmara dos Deputados do projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União sem todas as prerrogativas pretendidas inicialmente por ele. Meirelles voltou a frisar que o ponto considerado crucial para o ajuste fiscal dos Estados, que é o teto para o crescimento dos gastos, foi mantido no texto que segue agora para o Senado.

“Todo o ajuste fiscal tem como medida central o teto para o aumento do gasto. Essa é a contrapartida fundamental. Estamos em trajetória firme e o item fundamento do projeto – que é o teto – está sendo aprovado”, argumentou Meirelles. “O projeto terá sucesso porque mantém suas condições fundamentais”, completou.

Questionado pela imprensa, Meirelles voltou a minimizar a retirada pelos parlamentares do dispositivo que proibia aos governos estaduais concederem reajustes de salários aos servidores pelos próximos dois anos. “Os governadores terão prerrogativa para mandarem projetos de reajuste, desde que caibam no teto de aumento do seus orçamentos”, avaliou.

Para o ministro, é natural que o Congresso discuta e altere pontos dos projetos enviados pelo Poder Executivo. Segundo ele, isso só não ocorreria em uma ditadura. “Vivemos em uma democracia e o Congresso tem prerrogativa para tomar decisões. Estamos no caminho certo e vamos continuar participando do debate democrático”, concluiu.