Em um artigo chamado “As Perdas que Compartilhamos”, publicado no jornal NY Times desta quarta-feira (25), a Duquesa de Sussex, Meghan Markle, revelou que sofreu um aborto de sua segunda gravidez do prĆncipe Harry, da GrĆ£-Bretanha, em julho deste ano.
“Era uma manhĆ£ de julho que comeƧou tĆ£o normalmente quanto qualquer outro dia. (…) Amarrei meu cabelo num rabo de cavalo antes de pegar meu filho no berƧo. Depois de trocar a fralda, senti uma cĆ£ibra forte. Eu me joguei no chĆ£o com ele em meus braƧos, cantarolando uma canĆ§Ć£o de ninar para nos manter calmos, a melodia alegre em forte contraste com a minha sensaĆ§Ć£o de que algo nĆ£o estava certo. Eu sabia, enquanto agarrava meu primeiro filho, que estava perdendo meu segundo filho.”
Meghan e Harry sĆ£o pais de Archie, de um ano e meio. Ela segue no artigo contando o drama que o casal passou por conta da perda de sua segunda gravidez.
“Horas depois, eu estava deitada em uma cama de hospital, segurando a mĆ£o de meu marido. Senti a umidade de sua mĆ£o e beijei seus dedos, molhados com nossas lĆ”grimas. Olhando para as paredes brancas e frias, meus olhos ficaram vidrados. Tentei imaginar como nos curarĆamos.”
A duquesa, entĆ£o, reflete sobre como talvez a melhor maneira de comeƧar a curar a dor da perda de um filho seja perguntando “VocĆŖ estĆ” bem?”, e como o ano de 2020 trouxe perdas para pessoas no mundo todo, seja pela pandemia do novo coronavĆrus ou em mortes como a de George Floyd e Breonna Taylor, assassinados pela polĆcia nos EUA.
Em outro trecho, citando sua prĆ³pria dor, Meghan diz que “perder um filho significa carregar uma dor quase insuportĆ”vel, vivida por muitos, mas falada por poucos”.
“Na dor de nossa perda, meu marido e eu descobrimos que em um quarto com 100 mulheres, 10 a 20 delas sofreram aborto espontĆ¢neo. No entanto, apesar da incrĆvel semelhanƧa dessa dor, a conversa permanece um tabu, cheia de vergonha (injustificada) e perpetuando um ciclo de luto solitĆ”rio.”
Meghan relembra o Dia de AĆ§Ć£o de GraƧas, comemorado nesta quinta nos EUA, e sugere que as pessoas aproveitem a data para perguntar para seus amigos e familiares se eles estĆ£o bem.
“Estamos nos ajustando a uma nova normalidade em que os rostos sĆ£o ocultados por mĆ”scaras, mas isso nos forƧa a olhar nos olhos uns dos outros -Ć s vezes cheios de calor, outras vezes de lĆ”grimas. Pela primeira vez, em muito tempo, como seres humanos, estamos realmente nos vendo. Estamos bem? NĆ³s ficaremos.”