Quando se trata de filmes de terror, o mito da casa mal-assombrada faz parte do inconsciente coletivo dos fãs de cinema. Do “Psicose” de Alfred Hitchcock ao “Poltergeist” de Tobe Hooper, esses clássicos trazem construções assustadoras que costumam aparecer nas histórias mais como protagonistas do que como simples cenários de locação. “A Casa Sombria”, que estreia nos cinemas em 23 de setembro, segue essa mesma tradição: no entanto, David Bruckner, mestre do terror na atualidade, substitui os sustos gratuitos por uma terrível pressão psicológica, oxigenando um gênero que continua a conquistar as novas gerações.

Além do talento do jovem diretor para o estilo, cujo currículo traz os aterrorizantes “O Ritual” e “O Sinal”, os críticos do Festival de Sundance encantaram-se com a performance de Rebecca Hall (“Vicky Cristina Barcelona”, “Um Dia de Chuva em Nova York”). “Casa Sombria” mostra a atriz no papel de Beth, uma viúva que descobre aos poucos os segredos do marido e, a partir daí, da misteriosa casa que ele construiu para ela à beira de um lago. O destaque também vai para o roteiro de Ben Collins e Like Piotrowski, um quebra-cabeças sobrenatural que atormentará os espectadores por um bom tempo. Segundo Bruckner, a ideia era integrar elementos clássicos do terror a uma forma inovadora de contar a história: “Em um filme assim, o importante é saber quando revelar um elemento e quando escondê-lo.”

“Usei o terror para confrontar minha ansiedade. Os fãs desse estilo querem enfrentar suas emoções negativas” David Bruckner, diretor (Crédito:Taylor Jewell/Invision/AP)

O diretor afirma que a paixão por enredos assustadores surgiu ainda na infância, fruto de sua ansiedade: “Usei o cinema para confrontar esse sentimento. Os fãs de filmes de terror querem enfrentar suas emoções negativas”. Bruckner revela que uma das tarefas mais desafiadoras foi escolher a locação para as filmagens. “Queríamos uma atmosfera bastante específica. A casa tinha que ser idílica e imponente, mas também funcionar como um labirinto. Apresentamos os cômodos e corredores da casa no início, mas, ao longo do filme, as coisas mudam e as portas começam a se abrir para espaços diferentes e surpreendentes. Como em um sonho”, afirma Bruckner. Nesse caso, seria mais como um pesadelo.