Os ‘junior doctors’ ingleses, médicos em período de formação ou estágio, iniciaram nesta quinta-feira (27) uma greve de cinco dias, o 11º movimento de protesto da categoria, o que pressiona o governo a uma semana das eleições legislativas de 4 de julho.

O sindicato ‘British Medical Association’ havia sugerido a possibilidade de cancelar a greve em plena campanha eleitoral, caso o governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak assumisse o compromisso de aumentar os salários destes médicos, que são quase 70.000 na Inglaterra.

A BMA também alertou que outras greves podem acontecer nas próximas semanas, caso as negociações com o próximo governo não avancem “em um prazo conveniente”.

A 11ª greve dos ‘junior doctors’ evidencia mais uma vez a crise do Serviço Nacional de Saúde (SNS), um dos temas mais debatidos das eleições legislativas.

O movimento de protesto acontece no momento em que o NHS luta para absorver as gigantescas listas de espera de pacientes.

A BMA também revelou que iniciou negociações com o Partido Trabalhista, que lidera as pesquisas e é o grande favorito para vencer as eleições, encerrando 14 anos de governos conservadores.

Wes Streeting, que seria ministro da Saúde em caso de vitória trabalhista, prometeu iniciar as negociações no dia seguinte às eleições de 4 de julho, caso o partido conquiste a vitória.

Os “junior doctors”, que representam quase metade dos médicos ingleses, iniciaram o movimento de paralisações há mais de um ano e meio.

Em janeiro, a categoria protagonizou a greve mais longa da história do sistema de saúde público britânico, com seis dias consecutivos de paralisação.

A BMA defende um aumento salarial de 35%, com base na queda do poder aquisitivo devido à inflação nos últimos anos.

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