Nesta quarta-feira (28), o cantor João Gustavo, irmão de Marília Mendonça, usou as redes sociais para anunciar o fim de sua dupla com Dom Vittor. Na web, ele revelou que foi diagnosticado com quadro de depressão e esofagite aguda.

Em um comunicado oficial no Instagram, João informou que irá interromper sua carreira para se dedicar à saúde e sua família, e explicou que a decisão foi tomada após ter sido desencadeado uma série de danos físicos e psicológicos ocasionados pela morte da irmã, em novembro de 2021.

“Logo depois da tragédia que levou Marília, João Gustavo imaginou que na estrada poderia de alguma maneira seguir em frente, mas não foi bem assim. Na estrada ele sentiu a saudade “gritar”, as lembranças da irmã do tio, o luto mal vivido lhe trouxeram uma carga emocional muito forte, desencadeando uma depressão, além de esofagite aguda”, diz a nota.

“Não sei se na música, hoje me sinto incapaz de tomar uma decisão olhando para o futuro. A minha prioridade é ficar perto da minha mãe, do meu sobrinho e acima de tudo de mim mesmo”.

A IstoÉ Gente conversou com o Dr. Carlos Machado, que Clínico Geral especialista em Medicina Preventiva, e com a psicóloga cognitivo comportamental especializada em compulsões Rejane Sbrissa, que explicaram tudo sobre as doenças do irmão de Marília Mendonça. Confira!

“O aumento do estresse aumenta o ácido clorídrico no estomago, que é responsável pela digestão. No estresse, ansiedade e na depressão, é muito comum que a pessoa tenha hipercloridria, aumentando o cortisol. Essa hipercloridria faz com que aconteçam a esofagite, gastrite, refluxo. Então, quem tem depressão, tem aumento de cortisol e, pode ter uma doença esofágica, um desconforto abdominal, refluxo”, começou Rejane Sbrissa.

“A depressão ,se apresentou devido a não vivencia do luto da morte da irmã de maneira completa. Depressão é uma doença psíquica onde a pessoa sente uma sensação de tristeza, perda de interesse pela vida de maneira persistente que pode levar a sintomas físicos como alteração no sono, apetite, nível de energia, concentração, entre outros”.

“A depressão, além de ser uma das causas da esofagite dele, aumentou o mal estar que já estava ruim emocionalmente e passou a ter sintomas físico. Se ele interrompeu a carreira dele, quer dizer que a depressão é grave e, deve ser tratada com antidepressivos, indicados pelo psiquiatra e psicoterapia pra aprender a lidar com as perdas que anda sofrendo desde a morte da irmã”, finalizou a psicóloga.

Já sobre esofagite aguda, o Dr. Carlos Machado explica: “A esofagite é uma inflamação do esôfago que é o tubo que sai da boca, da garganta e vai para o estômago. Normalmente, as esofagites estão relacionadas com a gastrite e com o refluxo do estômago para o esôfago. O tubo – que é o esôfago- é um tubo de em torno de 30 cm, 40 cm e aí, quando ele entra para o estômago, existe um anel que mantém esse tubo fechado, como por exemplo, o anel do ânus, que mantém fechado a saída do intestino, lá no final do intestino, no ânus”.

“Então, essa boca do estômago está sempre lacrada, fechada. Se o estômago tem uma irritação, uma queimadura, uma gastrite aguda ou crônica, aquela queimadura do estômago- que a gente chama de gastrite- pode queimar também esse anel de fechamento da boca do estômago, facilitando o refluxo do ácido clorídrico que está no estômago, ou dos gases, que estão no estômago, que vão acabar queimando a pele do esôfago. E isso é chamado de esofagite”.

“Normalmente, quando existe o refluxo gastroesofágico, também esses gases vão queimar a garganta e as cordas vocais, podendo causar rouquidão, tosse, pigarro, queixas de garganta que confundem e até ronco. Geralmente isso é causado pela gastrite, relacionada com o refluxo esofágico e com a esofagite”.

Causas da esofagite aguda

As causas da esofagite e da gastrite são várias, mas primeiro tem que pensar que aquele tecido, a pele de dentro do estômago, chamada mucosa, por algum motivo “é mais fraquinha”, como se fosse uma pele de alguém muito branquinha que no sol queima com facilidade.

Então existem pessoas que têm uma pele muito resistente e existem pessoas que têm uma pele mais fraca, que queima no sol com facilidade. Então, existem pessoas que tem a mucosa do estômago mais fraca, queima com facilidade com o ácido clorídrico- que o estômago fabrica para digerir as comidas, os alimentos- e aquela mucosa do estômago mais fraca, queima também com mais facilidade com alimentos agressivos.

Tudo que não é água que a gente bebe é um alimento agressivo. Então, água é água, o que não é água é um drinque que geralmente é muito ácido e queima. Aumenta o risco de queimadura do estômago e do esôfago.
Então de fruta, suco de fruta natural, suco de fruta de caixinha, refrigerante, todas as bebidas alcoólicas irritam o esôfago e irritam o estômago, aumentando a chance de gastrite e de esofagite.

Molhos, molhos prontos, molhos industrializados, muitas frituras, molhos apimentados também aumentam o risco de gastrite e de esofagite. E um outro fator é a ansiedade, a depressão, o stress. Uma pessoa que está com o sistema emocional fora do controle, muitas vezes aumenta a irritação do estômago, a gastrite e a esofagite.

Tratamento

O tratamento da esofagite é sempre procurar a causa do problema. A causa do problema pode estar relacionada também com a ansiedade e com a depressão, mas geralmente, tem um fator físico. Quer dizer, existe lá uma fragilidade da mucosa do esôfago e do estômago. E aí, desenvolvendo uma gastrite que vai provocar um refluxo gastroesofágico com a esofagite sequencial.

Então o tratamento é sempre: correção da alimentação, tratamento medicamentoso sendo acompanhado constantemente por um bom clínico geral. Um médico clínico geral tem a capacidade de cuidar da pessoa como um todo, vendo o paciente por completo, por isso que eu sempre recomendo aqui, o primeiro médico, o médico da família, o médico das pessoas, aquele médico que você tem que visitar três vezes ao ano para fazer a sua revisão de saúde, tem que ser um bom clínico geral. Porque ele tem uma visão geral, como um maestro, numa orquestra, tem uma visão geral.

Ele vai poder ver o tratamento medicamentoso, ele vai poder orientar o tratamento de correção dos alimentos e ele vai poder, inclusive, dar suporte para esse desequilíbrio emocional que está provocando ansiedade e depressão. Tudo isso com uma mudança na alimentação, porque você é o que você come, atividade física de rotina, atividade física suave, mas todo dia uma atividade física, porque vai ajudar a relaxar, acalmar e melhorar a desintoxicação.