Viih Tube revelou que teve desejo de comer ração de cachorro durante a gravidez. Segundo ela, o cheiro lhe dava “água na boca”. Apesar de inusitadas, vontades como essa podem ser comuns durante a gestação, mas requerem atenção.

À ISTOÉ Gente, o obstetra Alexandre Silva e Silva, especialista em cirurgia minimamente invasiva e cirurgia robótica, explica: “Ter desejos incomuns durante a gravidez é algo relatado por muitas gestantes. É chamado de ‘pica’, que é o consumo de substâncias que têm pouco ou nenhum valor nutritivo”.

Segundo o profissional, desejo por coisas não alimentares “pode ser sinal de deficiências nutricionais”, e resultar em intoxicação, prejudicando a saúde da gestante e do bebê. Nesse caso, a indicação é consultar um profissional de saúde para “entender a causa desse desejo e receber orientação adequada”.

Em contrário de crenças populares, não satisfazer tais vontades na gravidez não é prejudicial, garante o obstetra Jorge Vaz, membro da Comissão de Pré-Natal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “Muitas gestantes têm medo de prejudicar o bebê se não atenderem às suas vontades, mas não há com o que se preocupar. Atender aos desejos na gravidez pode trazer tranquilidade e ser emocionalmente positivo. Apesar disso, nenhum dano será causado ao bebê se você não acatar essa vontade”, esclarece.

Jorge explica que desejos são normais durante a gravidez, mas o impulso deve ser sempre controlado. “O exagero no açúcar pode levar ao desenvolvimento de problemas sérios, como o diabetes gestacional, sobrepeso e a hipertensão arterial na gravidez”, alerta.

Ambos os especialistas indicam a alimentação balanceada, rica em nutrientes e hidratação. Para seguir uma dieta saudável na gravidez, controlando os desejos de comer doces e guloseimas em geral, é indispensável o acompanhamento nutricional e obstétrico. Além disso, outras medidas podem ser feitas, como a prática de atividade física monitorada. 

“A atividade física libera serotonina no organismo, responsável pela sensação de bem-estar que os doces também proporcionam. Vale, também, manter os doces longe do seu alcance, inclusive visual”, conclui Jorge.