O cantor Sidney Magal, de 72 anos, que está internado na UTI do Hospital do Coração (Hcor), na Zona Sul de São Paulo, desde a última quinta-feira (25), por conta de uma crise de pressão alta que sentiu durante um show em São José dos Campos, no interior de São Paulo, teve um pequeno sangramento espontâneo agudo no cérebro.

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Por meio das suas redes sociais, na quarta-feita (31), Magal tranquilizou seus fãs, amigos e familiares sobre o seu estado de saúde: “Sou eu mesmo que estou falando. Não é nenhum cover, nenhum clone. Sou eu, que sou um ser humano, como todos vocês. E é por isso que estou dando uma satisfação do que me aconteceu. Foi uma alta muito grande de pressão, e imediatamente foi detectado um pequeno acidente vascular que poderia ter sido grave caso eu não tivesse sido atendido imediatamente”, iniciou.

“Um puxão de orelha naqueles que não acreditam na vida, na saúde, na medicina brasileira, e já disseram até que eu já morri. Não morri não, porque morto não fala. Quem diria que eu iria dizer essa frase? Um dia, quem sabe, depois de morto, eu volte para continuar falando porque gosto de falar e cantar. Em breve estarei de volta assim que os eles (os médicos) permitirem”.

“Me preocupei e achei que deveria correr para o hospital. Fizeram exames e viram que não era nada grave. Nos veremos muitas outras vezes ainda. Estou bem!”, completou o artista.

A IstoÉ Gente procurou o Dr. Anderson Oliveira, que é Cirurgião Geral pelo SUS, Intensivista e Gestor em Saúde pelo Albert Einstein, para entender mais sobre o diagnóstico de Sidney Magal. Entenda!

“Hemorragias cerebrais são urgências médicas que necessitam de internação e uma atenção especial para descobrir a causa. Essa condição, normalmente, tem três principais causas. A primeira mais comum é o traumatismo crânio encefálico (TCE) que geralmente é causado por quedas, seguido de contusões na cabeça e sangramento cerebral (hematomas subdurais ou sangramento intra parenquimatoso). Em segundo lugar, vem o AVC hemorrágico causado por aneurismas ou má-formações arteriovenosas. Por último, a hipertensão arterial sistêmica ou “urgência hipertensiva” que podem acarretar em pequenos sangramentos talâmicos, intra parenquimatoso ou em locus cerebrais”, explicou.

Anderson Oliveira ainda disse que esses sangramentos são graves e podem sofrer expansão com necessidade de intervenção cirúrgica ou apresentar pontos de isquemia e acarretar em possíveis sequelas como um AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico.

“No caso do Sidney Magal houve uma lesão vascular cerebral que culminou em sangramento agudo na região do cérebro, ou popularmente conhecido como AVC hemorrágico. Sendo esta uma consequência do principal causador, a hipertensão arterial, ou o que comumente chamamos de ‘urgência hipertensiva’. Quando os níveis pressóricos das artérias estão tão elevados que são regulados somente com medicações endovenosas e internação hospitalar para controle rigoroso”, finalizou o médico.

O que é hipertensão arterial ?

A hipertensão arterial, comumente chamada de pressão alta, é uma condição médica crônica na qual a pressão sanguínea nas artérias encontra-se persistentemente elevada. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é expressa por dois valores: pressão sistólica (o valor mais alto) e pressão diastólica (o valor mais baixo). Valores iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg são considerados elevados e indicam hipertensão arterial.

A hipertensão arterial é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1,13 bilhão de pessoas tenham hipertensão arterial em todo o mundo. Esse número representa aproximadamente 1 em cada 4 adultos. A prevalência é maior em países desenvolvidos, como Estados Unidos e países da Europa Ocidental, mas está aumentando rapidamente em países em desenvolvimento, devido a fatores como mudanças nos estilos de vida e envelhecimento da população.
No Brasil, aproximadamente 32% da população apresenta a doença, entretanto apenas aproximadamente 25% faz o tratamento adequado. Segundo a sociedade brasileira de cardiologia essa taxa de hipertensos pode ter aumentado por conta da Pandemia e do sedentarismo.

A hipertensão arterial é frequentemente chamada de “assassino silencioso” porque, na maioria dos casos, não apresenta sintomas óbvios. Muitas pessoas com hipertensão arterial não sabem que a têm até que seja detectada durante uma consulta médica de rotina ou quando ocorre uma complicação relacionada, como um ataque cardíaco, derrame ou problemas renais.

Sintomas

A pressão arterial elevada pode causar sintomas como dores de cabeça, tonturas, visão embaçada, dor no peito, falta de ar e sangramento nasal. É importante salientar que esses sintomas são inespecíficos e podem estar relacionados a outras condições.

Tratamento

O tratamento da hipertensão arterial geralmente envolve uma abordagem combinada, que inclui mudanças no estilo de vida (MEV) e medicamentos. Em primeiro lugar, é essencial adotar uma dieta saudável, com baixo teor de sal (sódio), rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Além disso, a prática regular de exercícios físicos, como caminhadas ou natação, é altamente recomendada.

A Hipertensão Arterial, infelizmente, não apresenta cura. É considerada uma doença crônica, porém é comumente controlável.
O controle realmente envolve o MEV (Mudança do Estilo de Vida), Hábitos saudáveis e boa alimentação. Evitar o consumo de álcool e tabagismo auxiliam no controle e até mesmo na melhora do condicionamento cardiovascular.

É imprescindível ressaltar que a não adesão ao tratamento pode culminar em diversas outras doenças como:

– AVC
– Infarto Agudo do Miocárdio
– Insuficiência renal
– Vasculopatias (Alterações nos vasos)
– Síndrome metabólica

Alerta

Em casos graves pode estar associado a lesões cardíacas ou neurológicas e até mesmo causar a morte do paciente. Por isso, a medicina preventiva é tão importante. Medidas simples como MEV, boa alimentação e atividade física corroboram em uma vida saudável com menores riscos de doenças como Hipertensão Arterial.