A médica neurologista Claudia Soares Alves, de 42 anos, passou por audiência de custódia nesta quinta-feira, 25, e a Justiça manteve a prisão da mulher. A suspeita é acusada de se passar por uma pediatra e sequestrar uma bebê de três horas de vida do HC-UFU (Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia), em Minas Gerais – localizado a cerca de 535 quilômetros de Belo Horizonte (MG) – durante a noite da terça-feira, 23.

A mulher foi presa na manhã da quarta-feira, 24, em sua casa na cidade de Itumbiara (GO) – a cerca de 135 quilômetros da unidade de saúde, e segue detida no Presídio Feminino de Orizona. O delegado responsável acredita que o crime foi premeditado. As informações são do Jornal Anhanguera 1ª Edição, da TV Anhanguera, afiliada da TV Globo, e do Conexão GloboNews.

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Em depoimento, Claudia Soares Alves alegou que estaria grávida, entretanto, a gestação ocorreu em 2020 e a mulher não teve o bebê. Em contato com o site IstoÉ, a Polícia Civil de Goiás pontuou que a suspeita passou por exames médicos e foi constatado que não há gravidez.

Ainda nessa quinta-feira, 25, a defesa da neurologista apresentou um documento dizendo que a mulher possui problemas psiquiátricos e toma vários remédios.

Quem é Claudia Soares Alves?

Médica que raptou bebê em MG é mantida presa após audiência de custódia; suspeita alegou que estava grávida                                                     A mulher é formada em Medicina com especialização em Neurologia e trabalhava em uma clínica de Itumbiara (GO) (Crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Claudia Soares Alves é formada em Medicina pela UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) e cursou pós-graduação na Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), além de se especializar em Neurologia. Nas redes sociais, a mulher alega que era docente na UEG (Universidade Estadual de Goiás) há cinco anos e conseguiu uma vaga como professora na própria UFU (Universidade Federal de Uberlândia), onde levou a bebê.

Em uma publicação em seu perfil no Instagram, que está desativado, Claudia afirmou que ser um neurologista não é apenas sobre diagnósticos e tratamentos, mas também em fazer a diferença na vida das pessoas. “Compartilhar meu conhecimento e experiência com os futuros médicos é uma responsabilidade e uma alegria imensa. A troca de ideias, as perguntas desafiadoras dos alunos, tudo isso me faz crescer e aprender constantemente”, escreveu a médica.

No restante da postagem, a neurologista celebra sua aprovação como docente na UFU para Mestrado e Doutorado. “É uma nova jornada, cheia de novos rostos, novas histórias e novos desafios, mas estou super empolgada para ver o que o futuro reserva”, concluiu a mulher, que é mãe de um adolescente que cursa o ensino médio.

O sequestro da bebê

Durante a noite desta terça-feira, 23, Claudia compareceu ao Hospital das Clínica da Universidade Federal de Uberlândia (MG) – localizado a cerca de 535 quilômetros da capital mineira – vestida como uma pediatra e com um crachá da instituição de ensino. No local, a mulher foi ao quarto dos pais da recém-nascida, que tinha apenas três horas de vida, e fez uma falsa consulta, pegando a bebê no colo e saindo do local alegando que iria alimentá-la.

Entretanto, a mulher deixou a unidade de saúde carregando a criança dentro de uma mochila amarela e entrou em um Toyota Corolla de cor vermelha, como mostram imagens de câmeras de monitoramento obtidas pelas autoridades.

Confira imagens de câmeras de monitoramento:

As autoridades ainda não descobriram o paradeiro da bebê e da suspeita (Crédito: Reprodução)

Por meio da colaboração entre as Polícias Civis de Goiás e Minas Gerais, além da Polícia Rodoviária Federal, foi possível determinar que o veículo havia ido para Itumbiara, no endereço da clínica da suspeita. Uma foto tirada em um pedágio mostra Claudia na condução do automóvel.

Médica que raptou bebê em MG é mantida presa após audiência de custódia; suspeita alegou que estava grávida

A imagem mostra a médica dentro do automóvel em uma rodovia (Crédito: Divulgação/PCGO)

De acordo com publicações nas redes sociais efetuadas pela delegada Lia Valechi, da Delegacia da Mulher de Uberlândia, Claudia alegou às autoridades que estava em surto. Antes de ser presa, a suspeita deixou a bebê com uma funcionária da clínica para tentar fugir.

No Corolla da neurologista, as autoridades goianas encontraram roupas de criança, sapatos e duas bolsas. Já na clínica da médica, a polícia encontrou recipientes com fórmula infantil, um carrinho, uma cadeirinha de transporte, banheira para bebês, uma piscina infantil, mais roupas, fraldas e produtos de higiene.

O que diz o Hospital das Clínicas

Em contato com o site IstoÉ, o HC-UFU declarou que “poucos instantes após o fato, a equipe do hospital acionou a Polícia Militar de Uberlândia e cedeu as imagens das câmeras de segurança requisitadas pela corporação”.

Ainda, o HC-UFU informou que colabora com as investigações e também abriu uma apuração interna na unidade de saúde para compreensão de todas as circunstâncias do ocorrido. “A instituição está à inteira disposição das autoridades e da família para a breve solução do caso”, concluiu a unidade de saúde.

Além disso, por meio de outro posicionamento, o HC-UFU pontuou que já iniciou um processo de apuração de responsabilidades e todas as tratativas cabíveis serão tomadas. Ainda, a instituição ressaltou o compromisso com o aprimoramento dos processos de trabalho e com os controles de acesso ao hospital.

Em nota enviado ao site IstoÉ, a Universidade Federal de Uberlândia falou sobre o caso.

“A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) agradece as ações da Polícia Militar de Minas Gerais, Polícia Civil de Uberlândia e de Itumbiara e das(os) servidoras(es) do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh) que resultaram no resgate, com segurança, da criança recém-nascida subtraída nas dependências daquela unidade de saúde, na noite desta terça-feira, 23 de julho. A UFU manifesta sua solidariedade para com os pais da bebê, diante do intenso sofrimento causado e informa que todo suporte necessário a eles está sendo oferecido por nossa equipe do HC-UFU/Ebserh.

A acusada pelo crime, identificada pela Polícia Civil, é estudante regularmente matriculada no curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA) e, recentemente, foi aprovada em concurso público e tomou posse como docente no curso de graduação em Medicina da Faculdade de Medicina da UFU.

A Universidade Federal de Uberlândia tomará, de imediato, as necessárias medidas administrativas e afirma seu compromisso no esclarecimento, apuração e responsabilização dos fatos ocorridos.

Conforme já informado pelo HC-UFU/Ebserh, protocolos de segurança do paciente estão sendo revisados para melhorar o atendimento e a segurança dos pacientes.”