A Fadinha está em casa. Rayssa Leal voltou nesta quarta-feira para Imperatriz, no Maranhão, onde nasceu, e de certa forma não foi atendida no pedido que fez aos conterrâneos para que evitassem aglomerações. Ela optou por cancelar a recepção programada para recebê-la na cidade por causa da pandemia, mas teve de desfilar em caminhão do Corpo de Bombeiros por várias ruas, acenar para as pessoas e mostrar a elas a medalha de prata que conquistou no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Antes de chegar a Imperatriz, Rayssa havia usado as redes sociais para explicar por que abrira mão da recepção. “Galera, por estarmos em um momento ainda delicado quanto ao covid eu decidi cancelar a minha recepção de chegada em Imperatriz, pra evitar aglomerações, então evitem ir até o aeroporto, eu queria muito receber o carinho de vocês, mas esse não é o momento, agradeço demais todo o carinho, mas se cuidem, usem máscaras, álcool e tomem a vacina, tenho certeza que em breve vamos vencer esse vírus”, postou.

Ao chegar à cidade de cerca de 260 mil habitantes a cerca de 600 quilômetros da capital maranhense, São Luís, no início da tarde desta quarta-feira, Rayssa foi recebida pelo irmão, Arthur, já ao descer as escadas do avião. A pista do aeroporto foi “invadida” por fotógrafos e muitos funcionários do local também interromperam suas atividades para vê-la de perto.

Em seguida, ela subiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros e desfilou por algumas regiões da cidade. No caminho, muitas pessoas tomaram as calçadas para uma saudação, algumas sem máscaras, e em alguns trechos o distanciamento não foi mantido. Outros fãs preferiram saudá-la de dentro de seus carros. Rayssa retribuiu com acenos, beijos e mostrando a medalha.

Na volta ao Brasil, a primeira escala de Rayssa foi no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, onde desembarcou por volta das 5h10. Aparentando cansaço pela longa viagem, mas também bastante feliz, a atleta foi recepcionada pelo skatista Sandro Dias, o Mineirinho, que lhe deu um presente.

Em seguida, Fadinha colocou seu skate no chão e deu uma volta no saguão no aeroporto, entre jornalistas e alguns fãs que também chegavam de viagem e pararam para observá-la. Antes de ir para a área de embarque ao Maranhão, ainda posou para fotos. Foi bastante aplaudida.

Rayssa Leal ganhou sua medalha na segunda-feira e voltou rapidamente ao Brasil porque sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio se encerrou. Por determinação da organização do torneio, os atletas que terminarem de competir devem deixar o Japão em 48 horas, dentro das medidas de combate ao novo coronavírus.

A Vila Olímpica, onde os competidores ficam, não terá mais do que 6 mil atletas simultaneamente. Cerca de 11 mil se inscreveram nos Jogos. Tóquio ainda está em estado de emergência por causa da covid-19. Até terça-feira, havia registro de 160 casos de contaminação de pessoas ligadas aos Jogos Olímpicos.

Com a prata conquistada em Tóquio, Rayssa Leal se tornou, aos 13 anos, a medalhista olímpica mais jovem do Brasil. As outras brasileiras no skate street olímpico, Pâmela Rosa, que competiu lesionada, e Leticia Buffoni, não chegaram à final da competição.