TÓQUIO, 31 JUL (ANSA) – O atleta iraniano Javad Foroughi, medalha de ouro no tiro esportivo 10 metros, foi acusado por adversários e por um grupo do país de ser um “terrorista” porque fez parte do Corpo dos Guardiões da Revolução Islâmica.   

A organização começou a ser considerada terrorista há cerca de dois anos durante o governo de Donald Trump nos Estados Unidos.   

O título também foi dado pelo Bahrein e pela Arábia Saudita, mas não por países europeus ou algum órgão mundial. Foroughi é enfermeiro e, segundo a mídia de Teerã, ele está no quadro dos Guardiões apenas como profissional sanitário. Ainda conforme as publicações, ele aprendeu a atirar durante o período que atuou como voluntário em um hospital da Síria, em 2013, para defesa própria. No entanto, após receber a medalha de ouro, ele bateu continência militar e suscitou críticas.   

Um dos primeiros a se manifestar foi um adversário, o sul-coreano Jin Jongoh, que ficou na 15ª colocação. “Como pode um terrorista vencer o ouro? Essa é a coisa mais absurda e ridícula que já vi”, disse à mídia nacional.   

Quem também se manifestou foi o grupo United for Navid, que se formou após o lutador esportivo Navid Afkari ser enforcado pela Justiça do Irã em 2020 por esfaquear um segurança. Em nota, a organização afirmou que “conceder uma medalha de ouro olímpica a um membro de uma organização terrorista é uma afronta terrível aos atletas e ideais olímpicos e deixa uma mancha no COI”.   

Questionado por jornalistas nesta sexta-feira (30), o porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, afirmou que “se alguém tem provas, que nos envie” para análise. Caso for comprovada alguma ligação, a medalha pode ser retirado. (ANSA).