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Uma medalha pode representar honra, fidelidade, vitória, poder. Pode estar vinculada à guerra, religião, competição. Mas o que marcou o objeto como premiação foram os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, na Grécia, em Atenas-1896, quando o vencedor ganhou uma de prata e o segundo colocado levou outra de bronze. O ouro só entrou no jogo mais tarde, em 1904, nos Jogos de St Louis, nos Estados Unidos. E foi na disputa de Roma, na Itália, em 1960, que ela teve o ritual modificado, deixando de ser entregue em mãos para ser pendurada em pescoços. Também os Jogos Olímpicos Rio-2016 entrarão para a história por oferecerem a maior medalha de todos os tempos – com 500 gramas, 100 gramas mais pesadas que as de Londres- 2012. Segundo os responsáveis pela escolha, a intenção é conferir imponência. Para especialistas, garante mais visibilidade às empresas que patrocinam o evento. Ao aumentar o tamanho da medalha, você também engrandece o valor da marca olímpica e traz retorno ao patrocinador.

Não por acaso, quando se quer afirmar que algo é mais importante que as referências, dizemos que tem “maior peso”. Essa é a ideia. “Queríamos fazer jus ao atleta que chegou ao topo do pódio, não só por meio da aparência da medalha, mas conferindo poder a ela também por seu peso”, diz o gerente de designer da Rio 2016, Dalcacio Reis. Outra inovação que será símbolo da edição brasileira está nas medalhas paralímpicas, que emitem sons (leia quadro), para que deficientes visuais identifiquem se a condecoração é de ouro, prata ou bronze. “O ritual do atleta mordendo a peça de metal no pódio olímpico poderá ser substituído por outro, no paralímpico, com o vencedor balançando a sua medalha para ouvir o som”, afirma Beth Lula, diretora de Marca da Rio-2016.

Também se introduzirá na Rio-2016 uma preocupação que deverá valer para os próximos Jogos, a sustentabilidade. O compromisso com o meio ambiente está demonstrado na reciclagem – mais de 30% da prata e do bronze usados pela Casa da Moeda são reciclados e o ouro é totalmente isento de mercúrio. As fitas das medalhas são feitas com fios de garrafas PET reaproveitadas e toda a madeira utilizada nos produtos, como estojos e certificados, têm selo de qualidade e controle ambiental e social.

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Por orientação do Comitê Olímpico Internacional (COI), uma face da peça olímpica deve seguir a padronização estabelecida em 1928 e conter o desenho da deusa grega Nike, que significa vitória. Ao longo dos tempos, essa imagem feminina com um par de asas sobrevoando o estádio Panathinaikos, da Grécia, sofreu pequenas liberdades de estilizações. Mas o design escolhido para a Rio 2016, explica Reis, voltou à versão mais tradicional do símbolo, retomada em Atenas-2004. O desenho final foi modelado à mão por artistas da Casa da Moeda do Brasil. No verso, o país que sedia os Jogos pode criar sua identidade – e, igualmente, a escolha foi pela sobriedade, com uma coroa de louros emoldurando a logomarca da Rio-2016. Na paralímpica, uma das faces tem inscrições em braile.

O slogan escolhido para o evento se encaixa, de certa forma, às mensagens comunicadas nas medalhas – a proposta de um mundo novo. Neste universo, a acessibilidade e a sustentabilidade são obrigatórias, e ambas as preocupações estão inseridas no processo de feitura das peças. O presidente do COI Thomas Bach disse que elas remetem os atletas a seus “sonhos olímpicos e em como lutar para torná-los realidade.”