Na sexta-feira, 24, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM/SP) participou da live de Istoé. Criado no ABC paulista, ele surgiu na política durante as manifestações contra o governo petista em 2014 de Dilma Rousseff. À época, ele ajudou a fundar o Movimento Brasil Livre (MBL).

Atualmente, ele enfrenta a fúria dos bolsonaristas nas redes sociais e se diz espantado com a gestão do antigo pupilo em todas as áreas, até mesmo na economia, de Paulo Guedes, que tanto elogiou na campanha.

“Me arrependo de ter votado em Bolsonaro para presidente. Se fosse hoje, votaria nulo. Aliás, se em 2022 o PT for para o segundo turno contra Bolsonaro, voto nulo”, afirma. “Nós fomos traídos”, lamenta.

Neto de Imigrantes Japoneses, com apenas 24 anos, Kim, que também defende a bandeira da reformulação na política, chegou ao Congresso Nacional querendo ocupar a segunda mais importante cadeira do parlamento brasileiro e se candidatou à presidência  da Câmara Federal. Na live, Kataguiri falou sobre educação, em especial a aprovação do Fundo da Educação Básica (Fundeb), que o governo bolsonaro trabalhou para rejeitar.

“O governo na verdade sequer participou da discussão iniciais na Câmara dos Deputados e veio com uma proposta de tirar dinheiro da educação básica para passar por ‘Renda Brasil’. A proposta do governo era um lockdown na educação básica. A realidade é que milhões de brasileiros vão para escola meramente para comer merenda no ensino básico. Acabar com isso é uma insanidade”, afirma.

Para Kim, o governo devia acabar com todos os programas sociais e institui um programa de renda mínima mais robusto possível. “Porém, sem tirar dinheiro da Educação Básica. O problema da educação brasileira é o grande número de cargos de pessoas que não pisam em sala de aula, o excesso de cargos administrativos e burocráticos. Isso é uma deficiência que precisa ser solucionada. O que realmente entristece é ver uma gestão tão precária na educação porque o governo quer utilizá-la como o cavalo de batalha de populismo de demagogia ideológica”, criticou.

O deputado disse ainda que, a Reforma Tributária “não vai passar no Congresso”. Ele também comentou sobre a crise sanitária do coronavírus e como o governo federal está enfrentando a pandemia.

“Não tenho dúvida: é uma negligência criminosa. Bolsonaro precisa, sim, ser responsabilizado por negar os pareceres técnicos do Ministério da Saúde recomendando as medidas de distanciamento, apesar disso discursou contra. O que fez com que as pessoas fossem mais as ruas. Ou seja, o discurso Presidente acabou matando mais os seus apoiadores por coronavírus que adotaram menos as medidas de isolamento. Bolsonaro precisa ser responsabilizado por negligência criminosa”, entende.

“A gente já passou, espero, do meio da pandemia e o presidente só gastou um terço do dinheiro autorizado pelo Congresso para gastar no enfrentamento a pandemia. Cadê esse dinheiro? O que está sendo feito com ele? O presidente da República proporciona condições para que parcela significativa da população brasileira morra ou sofra gravemente com coronavírus. Temos todos os elementos de conduta criminosa do presidente para encontrar um tipo penal de genocídio”, completa.

Quando a pauta é meio-ambiente, o deputado federal afirma que o governo destrói as instituições de fiscalização e controle, principalmente em relação ao desmatamento e queimadas na Amazônia.

“Você nunca teve um número tão baixo de servidores no Ibama. Bolsonaro utiliza o Estado da maneira mais patrimonialista e nojenta possível. Isso, sem falar no discurso colocando a defesa do meio-ambiente como se fosse uma coisa de esquerda, quando é uma questão de bom senso. Um governo instável e que tá levando em frente uma política de desmonte das estruturas de fiscalização contra o meio-ambiente. É realmente vergonhoso. O que o governo faz é um desprezo completo pela vida, pela eficiência da gestão pública, pela dignidade mesmo das pessoas. É insano”, conclui.