Por Uday Sampath Kumar e Deborah Mary Sophia e Alexander Marrow

BENGALURU, Índia (Reuters) – O McDonald’s tornou-se nesta segunda-feira uma das maiores empresas globais a deixar a Rússia por causa da invasão à Ucrânia. A empresa anunciou planos para vender toda a sua rede no país, onde operava há mais de 30 anos.

A companhia possui cerca de 84% das quase 850 lojas McDonald’s que operam na Rússia e terá uma despesa contábil de até 1,4 bilhão de dólares com a decisão.

O McDonald’s tinha decidido em março pelo fechamento de suas lojas no país, incluindo o icônico ponto da Praça Pushkin, no centro de Moscou.

“É impossível ignorar a crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia”, disse o presidente-executivo da companhia, Chris Kempczinski, em carta aos funcionários.

Embora a grande maioria dos pontos do McDonald’s na Rússia esteja fechada, algumas lojas franqueadas permaneceram abertas.

O McDonald’s gerou cerca de 9%, ou 2 bilhões de dólares, de sua receita na Rússia e Ucrânia no ano passado.

No fim de semana, longas filas foram vistas na loja da estação Leningradsky, em Moscou, uma das únicas filiais da capital russa que permaneceu aberta, mostraram imagens de mídia social.

“Dadas as circunstâncias da venda, os desafios financeiros enfrentados por potenciais compradores russos e o fato de que o McDonald’s não licenciará sua marca ou identidade, é improvável que o preço de venda chegue perto do valor contábil pré-invasão do negócio.”, disse Neil Saunders, diretor administrativo da GlobalData.

O McDonald’s disse que garantirá que seus 62 mil funcionários na Rússia continuem sendo pagos até o fechamento de qualquer transação e que tenham empregos futuros com qualquer comprador em potencial.

Após a decisão do McDonald’s de fechar as lojas em março, várias marcas norte-americanas, incluindo Starbucks, PepsiCo e Coca-Cola fizeram o mesmo.

“Eu não ficaria surpreso em ver outras empresas seguirem o exemplo do McDonald’s de sair do mercado (russo)”, disse Brian Yarbrough, analista da Edward Jones.

No início do dia, a montadora francesa Renault disse que venderá sua participação majoritária na Avtovaz para um instituto de ciências russo.

(Por Uday Sampath, Deborah Sophia e Alexander Marrow)

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