O término do relacionamento entre MC Daniel e Lorena Maria, anunciado no último fim de semana, gerou mais do que repercussão nas redes sociais — trouxe à tona reflexões importantes. A influenciadora, que é mãe do pequeno Rás, de apenas 4 meses, está atravessando o puerpério, fase sensível em que corpo e mente da mulher ainda estão se ajustando após o parto.
Em um pronunciamento, Lorena afirmou estar em busca de tranquilidade, destacou sua independência financeira e disse continuar acreditando no amor. Mas como fica a saúde emocional de uma mulher que enfrenta uma separação tão recente no pós-parto?
Para esclarecer essa questão, a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto Materonline, conversou com a IstoÉ Gente e explicou os principais impactos emocionais que podem surgir nesse contexto.
As separações durante o puerpério são comuns?
Sim. Não é raro que casais se separem no primeiro ano de vida do bebê. O esgotamento físico e emocional, somado à sobrecarga materna e à ausência de uma divisão equilibrada das tarefas, contribui para o desgaste da relação. O bebê demanda muito, e é comum que a mãe fique sobrecarregada, especialmente quando o pai atua de forma mais distante. Esse contexto amplia os riscos de sofrimento psicológico para a mulher, porque o puerpério já é, por si só, um período de grande vulnerabilidade emocional.
O que acontece quando o término e o puerpério se sobrepõem?
Quando a separação acontece nesse momento, dois gatilhos emocionais se somam. A mulher já está lidando com alterações hormonais, privação de sono, cansaço extremo e responsabilidade quase total pelos cuidados com o bebê. A ruptura afetiva agrava ainda mais esse cenário.
A forma como ela reage também depende de sua história emocional. Mulheres que já têm histórico de vínculos inseguros, sensação de abandono ou transtornos mentais em outras fases da vida tendem a sentir os efeitos de forma mais intensa. Mesmo sem esse histórico, o luto pela separação vivido no puerpério costuma ser mais difícil, justamente por acontecer num momento em que a mulher está mais sensível e fragilizada.
Como oferecer apoio emocional a uma mulher nessa situação?
O acolhimento faz toda a diferença. Essa mulher precisa de escuta sem julgamento, um espaço seguro para falar sobre o que sente, seja com pessoas próximas, como amigos e familiares, ou com um profissional da saúde mental, como o psicólogo perinatal.
Nos casos em que já existe sofrimento emocional mais intenso, o ideal é que ela esteja acompanhada por um profissional capacitado. O julgamento, especialmente quando feito por pessoas próximas ou por desconhecidos nas redes sociais, pode agravar a sensação de solidão e o sofrimento emocional. O mais importante é garantir que essa mulher tenha com quem contar e não se sinta sozinha nesse momento de reestruturação emocional e física.
Toda mulher precisa de terapia nesse momento?
Nem sempre. Se a mulher estiver conseguindo lidar emocionalmente com a separação, ter uma rede de apoio acolhedora pode ser suficiente. Conversar com pessoas de confiança, ser escutada com empatia e sem críticas já ajuda muito nesse processo.
Mas, quando há sofrimento emocional intenso, tristeza constante, sensação de abandono ou sintomas mais graves, a recomendação é buscar apoio especializado. O psicólogo perinatal é preparado para acolher essas demandas e auxiliar na reorganização emocional durante o puerpério.