MBora Fest 2025: Naiá Camargo celebra força da periferia e poder coletivo da música

Festival idealizado pela cantora chega à 8ª edição consolidado como um dos principais movimentos da cena independente em São Paulo

Divulgação.
Naiá Camargo. Foto: Divulgação.

O MBora Fest 2025 promete ser mais do que um festival — será uma celebração da potência criativa da periferia e da música independente. Idealizado pela cantora, compositora e produtora cultural Naiá Camargo, o evento chega à 8ª edição no dia 24 de outubro, no Espaço Usine, em São Paulo, reunindo nomes como Rappin’ Hood, Tasha & Tracie e MC Hariel.

“O que mais me emociona é perceber que ainda tem gente que acredita que é possível transformar vidas através da música e do fomento à cultura na cena periférica independente”, diz Naiá. “A música é um elo muito especial entre o céu e a terra! Neste ano, em que estamos premiando dois artistas periféricos, tivemos o apoio de jornalistas e de artistas com público consolidado. Isso me emociona demais — perceber que fazemos arte não só para o ego, mas para fortalecer o coletivo.”

A curadoria deste ano reflete justamente essa interseção entre gerações e estilos diferentes, mas com raízes comuns. “Eles se unem por serem artistas que vieram da periferia e trabalham pela consolidação de novos talentos. O mais bonito é que atuam dentro da própria comunidade, sem precisar ‘exportar’ o talento periférico para áreas consideradas nobres. O MC Hariel, por exemplo, tem uma gravadora na periferia, para que os artistas locais se desenvolvam. Isso é lindo — a missão artística dele vai além dele mesmo, e esse também é o propósito da Mborai Produções e do MBoraFest.”

Com uma trajetória marcada pela independência e pela resistência, Naiá aprendeu na prática os desafios de gerir um movimento coletivo. “O que não deixamos de fazer aqui é aprender todos os dias. Uma das lições mais duras foi entender a importância dos contratos — eu já fui muito inocente acreditando apenas na palavra das pessoas. Trabalhar com muita gente é complexo, e eu cresci em um ambiente colaborativo, de circo, onde todo mundo faz de tudo. Hoje entendo que as pessoas precisam de escopos bem definidos, mas sigo acreditando na força da construção coletiva. Nas decisões importantes, coloco todo mundo na mesa para decidir junto.”

Um dos pontos altos desta edição é o Prêmio MBora de Música, que reconhece novos talentos periféricos e reafirma o compromisso do festival com a democratização do acesso à arte. “A premiação consolida nossos princípios, missão e valores. Pode parecer romântico, mas nós realmente existimos para fortalecer o corre da maioria minorada, que luta pela sobrevivência através da sua arte. O público pode esperar muita música boa, cor, diversidade e artistas que resistem e insistem em viver de música com dignidade e alta qualidade sonora e performática.”

Para Naiá, o MBoraFest é mais do que um palco — é um ponto de encontro. “Uma mensagem que eu gostaria que o público recebesse é de que é possível! Estamos juntos! A Mborai Produções é um ninho pra quem quiser chegar e fazer música com gente comprometida, interessante e interessada.”

Com essa energia, o MBora Fest reafirma sua importância como espaço de visibilidade, troca e transformação. “O MBora é sobre abrir caminhos, dar visibilidade e reafirmar a arte como ferramenta de resistência e mudança.”